Você já ouviu falar em vaginismo? Muitas mulheres não sabem o que é vaginismo, mas sofrem dessa disfunção pouco conhecida, que causa dor na hora do sexo, atrapalhando muito a vida sexual. Por este motivo, neste artigo resolvi falar sobre o assunto, explicando o que é, quais são as causas, como identificar os sintomas e, mais importante, como pode ser tratado o vaginismo.

Veja o que você vai descobrir nesse texto:

  • O que é vaginismo?
  • Vaginismo e dispareunia: são a mesma coisa?
  • Causas de Vaginismo
  • Sintomas de Vaginismo
  • Tratamentos para o vaginismo

O que é vaginismo?

O vaginismo é uma contração involuntária dos músculos ao redor do orifício da vagina, causando dor, dificuldade e até impossibilidade de manter relação sexual. Esse espasmo não tem uma causa física associada, podendo existir desde o início da vida sexual ou ser desencadeado depois, causado por alguma experiência vivida pela mulher.

A estimativa é que hoje 5 a 17% da população feminina mundial sofra deste distúrbio, o que pode ser um número bem distante da realidade. Os tabus que ainda existem em muitos relacionamentos na hora de falar sobre sexo com dor levam as mulheres a não investigar os sintomas e a buscar tratamento. Alguns estudos mostram que menos de 30% das pacientes com sintomas do vaginismo se consultam por este problema.

O resultado? Mais insegurança na hora de ter momentos íntimos com o parceiro, causando sentimentos de culpa, frustração, raiva, rejeição e, consequentemente, mais distanciamento entre o casal.

Algumas mulheres ficam tão constrangidas ou envergonhadas por sofrerem de vaginismo que não procuram tratamento. Porém, ao ter os sintomas da disfunção, lembre-se de que o surgimento dela não é culpa da mulher, além de poder ser facilmente tratada.

Vaginismo e dispareunia: são a mesma coisa?

Dispareunia é outro termo importante que você deve conhecer se sente dor na hora do sexo. Este é o nome dado a dores que podem ocorrer antes, durante ou depois de uma relação sexual. Existem várias causas para as dispareunias, como infecções, atrofia, má formações, falta de lubrificação, problemas urinários, intestinais e ginecológicos e, até mesmo, causas emocionais. Vaginismo pode, sim, ser um diagnóstico para dispareunia, uma vez que em muitos casos há sobreposição entre essas duas disfunções.

O mais importante a lembrar é que, independente do diagnóstico, você nunca deve se sentir culpada, constrangida ou envergonhada por ter dores na hora da relação sexual. O caminho certo é buscar informações sobre os sintomas e procurar tratamento médico, que pode ser mais simples do que imagina. Vamos continuar falando sobre esses pontos neste artigo!

Causas de Vaginismo

Na maioria das vezes, o vaginismo tem uma causa psicológica. O distúrbio é comum em mulheres que tiveram uma educação muito rígida e religiosa, assim como as que sofreram traumas e abusos. Para as mulheres que começam a apresentar os sintomas depois de uma vida sexual saudável, a causa pode também estar relacionada ao estresse ou a uma forte cobrança em relação a si mesmas. Na hora da relação, as pacientes contraem tanto os músculos da vagina que tornam muito desconfortável ou até impossível a penetração do pênis.

Sintomas de Vaginismo

  • Os sintomas mais comuns de vaginismo são:
  • Contração involuntária da musculatura da pelve na relação sexual
  • Dor durante a relação sexual
  • Dificuldade de manipulação da região
  • Baixa autoestima
  • Ansiedade

Tratamentos para o vaginismo

Ao observar os sintomas acima, é fundamental procurar um médico ginecologista para descartar os motivos orgânicos, como aqueles que causam as dispareunias. Caso seja concluído que a disfunção é de fato vaginismo, é importante buscar apoio emocional e formas de conhecer melhor o próprio corpo. Na maioria dos casos, é necessário contar com auxílio de psicoterapeutas, sexólogos ou fisioterapeutas especializados em assoalho pélvico e que trabalham com tratamentos como exercícios de Kegel (ou pompoarismo).

O tempo e a intensidade do tratamento dependem de cada caso e vale lembrar que apenas medicamentos, como anestésicos locais, não são suficientes para resolver o problema. Apesar de combaterem a dor externa, possibilitando a relação, eles não resolvem a doença em si, dificultando ainda mais que a mulher supere a disfunção.

O parceiro também tem um papel fundamental para a cura, principalmente ao dar apoio e ao aceitar que o sexo com dor não é frescura da mulher. É comum casais adiarem o tratamento, buscando outras formas de ter prazer sexual ou de relaxar na hora do sexo (como uso calmantes ou bebidas alcoólicas). Esses comportamentos não irão ajudar a mulher a encontrar a verdadeira satisfação sexual e a sentir-se bem consigo mesma. Portanto, se você sente dor na hora do sexo, não tenha receio em cuidar da sua saúde e buscar ajuda o quanto antes!

Você tem ou conhece alguém que sofre com o vaginismo? Comente quais são as principais dificuldades encontradas para identificar a disfunção e para realizar o tratamento.

Texto de Cátia Damasceno

Cátia Damasceno é Fisioterapeuta especializada em uroginecologia, coach, palestrante e idealizadora do Programa Mulheres Bem Resolvidas.