Umas dizem que é lenda, já outras que vivenciaram afirmam que o squirting é umas das experiências sexuais mais intensas.

O tema ainda gera curiosidade e controvérsias, porém a verdade é que esse fenômeno sexual está sendo cada vez mais debatido e investigado.

Como acontece? Toda mulher consegue alcançá-lo?

Neste texto vou falar sobre o squirting e tirar todas as suas dúvidas sobre o assunto.

Confira!

O que é squirting? 

Squirting (que pode ser traduzido como esguicho, esguichar) é a expulsão de uma grande quantidade de líquido (transparente e sem cheiro) pela mulher, resultado do prazer obtido durante o sexo.

E dizemos grande e forte porque é como se fosse um jato … não apenas  “um pouco de líquido”. Tanto é assim que muitas das mulheres que o experimentam se questionam se fizeram xixi. 

Enquanto algumas mulheres acham a experiência intensamente prazerosa, outras podem achar que é algo extremamente embaraçoso e até mesmo indesejável.  

O tema ganhou muito interesse devido aos filmes pornôs, que mostravam mulheres expulsando verdadeiros jarros de squirting em seus parceiros. Obviamente, também existem muitos truques nessas películas, atrizes que introduzem líquidos em suas partes e depois lançam na hora certa, ou até mesmo urinam e tentam passar por aquilo que não é. Tudo para simular o squirting. Portanto, muitas vezes aquilo que você vê na telinha não é real.

Como acontece

Como tudo relacionado ao tema, ainda há algumas coisas que são um pouco obscuras. Muitos especialistas acreditam que o squirting é alcançado estimulando o que é conhecido popularmente como ponto G, ou seja, a área que está localizada na parede anterior da vagina.

Já outros acreditam que as Glândulas de Skene (localizadas na entrada da uretra, próximas ao clitóris) são as verdadeiras responsáveis pela ejaculação feminina.

Controvérsias

Não existem muitos dados científicos que indiquem que todas as mulheres podem ter o squirting, com que frequência e como isso acontece. Mas, apesar disso, várias evidências apontando o fato de que algumas mulheres, de fato, “esguicham”. Mesmo que você converse com os médicos, você vai receber respostas que irão variar de um enfático “é urina” para um  “definitivamente não é como urina”, o que torna ainda mais confuso.

Um dos estudos mais conhecidos a esse respeito, foi publicado em 2014 no Journal of Sexual Medicine. Uma equipe francesa, conduzida pelo Dr. Samuel Salama, concluiu que, de fato, contém urina, embora também contenha uma pequena parte do líquido prostático.

Como foi o experimento

Os especialistas analisaram a composição química do líquido liberado quando sete mulheres esguicharam durante o sexo. Elas foram ao banheiro antes do sexo, e as varreduras mostraram que a bexiga estava vazia. 

Depois que as mulheres se excitaram sexualmente, sozinhas ou com um parceiro, elas tiveram outro ultrassom, que mostrou que suas bexigas haviam preenchido uma quantidade notável. Após o squirting, os ultrassons mostraram que as bexigas das mulheres estavam vazias novamente, apoiando a noção de que o líquido liberado na esguicho é a urina.

Porém, essa pesquisa ainda causa controvérsias, já que o número de pessoas que participaram do estudo foi infinitamente baixo. Além disso, para alguns especialistas esse líquido tem mais características de plasma prostático, não de urina, e conclui-se que esta pode ser a prova de que as glândulas Skene, de onde o fluído vem, funcionam como glândulas da próstata feminina.

Não deve ser confundido com ejaculação feminina tradicional

A ejaculação tradicional é um fluxo esbranquiçado de muito mais densidade do que o jato esguichado, e raramente é expelido para além da vagina, camuflado com a própria lubrificação. Podemos dizer então que o squirt é um tipo diferenciado de ejaculação, onde é possível que a mulher consiga jorrar líquidos muito mais fortes. Não há melhor nem pior, eles são apenas diferentes.

Para ter squirting é preciso ter orgasmo?

Não necessariamente. Alguns afirma que o squirt pode acontecer independente do orgasmo. Um estímulo involuntário pode causar o jato das mulheres. No entanto, a maior parte que conseguiu alcançar o squirt relata que o fenômeno ocorreu durante um intenso orgasmo. 

Além disso, a mulher pode estar muito lubrificada, liberar muitos líquidos, mas ainda não ter atingido o clímax. Outra coisa que é preciso deixar muito claro: a mulher pode ter vários orgasmos muito intensos e nunca alcançar o squirting. Uma coisa não tem nada a ver com a outra.

Não é possível a mulher saber quando terá um?

Na maior parte das vezes, o squirting é involuntário. Você pode estimular o seu ponto G, sua vagina ou seu clitóris e não conseguir alcançá-lo. Para muitos especialistas, no entanto, é possível, através de algumas técnicas, conseguir atingir o fenômeno.

A rainha dos vídeos de squirt, Cytherea, afirmou em uma entrevista que há ocasiões em que ela não consegue chegar lá, porque não está no controle total do seu corpo. Ou seja, você precisa conhecer seu corpo, seus desejos para então conseguir atingir o squirting. Não é fácil, mas não é impossível.

Squirting é a mesma coisa que incontinência?

A resposta é não!

Não devemos confundir o squirting com incontinência coital, um distúrbio que faz com que uma mulher urine durante a relação sexual. Essa incontinência é uma patologia, que deve ser tratada por um especialista e geralmente ocorre porque o assoalho pélvico não é suficientemente reforçado ou devido a um distúrbio na uretra.

O squirting não tem cor, cheiro, nem deixa uma grande mancha na roupa de cama. Além disso, como dissemos lá em cima, existe um componente que não está presente na urina: é o antígeno da próstata (PSA), que até 2014 só havia sido identificado em homens.

Todas as mulheres podem ter squirting?

Todas as mulheres têm a capacidade de ejacular, mas a diferença é que algumas o fazem mais abundantemente que outras. As mulheres podem ejacular como os homens. As glândulas Skene são responsáveis ​​por produzir esse líquido. No entanto, dependendo de uma ou de outra mulher, o valor expulso é maior ou menor.

Então, a pergunta certa deve ser: todas as mulheres têm a mesma capacidade de alcançar o squirting? As aberturas das glândulas Skene variam de tamanho, dependendo da mulher. A verdade é que existem muito poucas mulheres conseguem alcançar o squirting. Através de técnicas como massagem vaginal ou exercícios no assoalho pélvico (pompoarismo), a ejaculação pode ser muito maior, mas isso não quer dizer que você vai esguichar.

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É o mesmo que ejaculação masculina?

Não. O mais próximo da ejaculação masculina seria a ejaculação feminina tradicional. Como eu disse lá em cima, trata-se de um líquido mais viscoso e leitoso, cuja composição composição bioquímica contém alguns dos principais componentes da ejaculação masculina (sem esperma, é claro), incluindo: alta concentração de antígeno prostático específico, fosfato de ácido prostático, fosfatase ácida específica da próstata e glicose.O squirt é mais líquido e, apesar de ter líquido prostático, também possui traços de urina.

Posso aprender a alcançar o squirting?

Sim, trata-se de prática, prática e mais prática! A auto-estimulação é uma das melhores maneiras de descobrir o que você gosta – embora não haja mal em praticar com um parceiro.

Ponto G

Procure o seu ponto G, embora seja possível ejacular apenas com estimulação externa. Para localizar essa zona, busque com os seus dedos uma área rugosa logo atrás do osso púbico, isso no caso de você ter escolhido experimentar sozinha. Mas se você está experimentando como um casal, peça para o seu parceiro fazer isso por você, isso certamente irá aumentar a sua excitação.

Execute uma leve pressão em círculos, variando a velocidade, de maneira intermitente. Isto irá aumentar a pressão nas glândulas de Skene e com esta estimulação, você poderá alcançar o squirt.

Considere investir em um vibrador curvado para facilitar o acesso à parede frontal da vagina.O uso de um brinquedo de varinha também pode permitir que você ou seu parceiro explorem mais para trás do que com os dedos sozinhos.

Estimulação do clitóris.

Talvez essa descrição técnica não pareça tão erótica, mas você precisa conhecer o ponto exato que você tem que estimular para alcançar o squirt. É necessário estimular a região da uretra, muito perto do clitóris e das glândulas de Skene.
Comece por fora do clitóris, movendo os dedos para trás e para frente e vice versa, em seguida, mude para movimentos circulares em diferentes velocidades e intensidade.

Movimentos pélvicos

A medida que a excitação aumenta, devemos empurrar a pélvis para a frente e apertar as nádegas. Desta forma, os músculos se contraem e o prazer é maior.

Vontade de urinar

Se você começar a ter vontade de urinar, você está no caminho certo. Não se assuste, é muito difícil, tanto para homens como para mulheres, urinar durante um orgasmo porque os músculos da região pélvica se contraem e impedem a saída da urina.

Conclusão

O squirting parece realmente ser uma algo ótimo, mas não é fundamental na vida de uma mulher. Você pode ter uma vida sexual satisfatória, independentemente dele. É mais uma prática que pode contribuir para o enriquecimento de práticas eróticas. Há muita diversão na tentativa de alcançá-lo, mas tente não ficar tão apegado a isso, pois poderá tirar o seu prazer.

O que mais importa é que encontre algo que goste e explorá-lo de uma forma que seja confortável para você.

Gostou de saber mais sobre o squirting? Já conseguiu alcançá-lo durante uma relação sexual ? Para ficar sempre por dentro das minhas dicas sobre sexo, saúde e comportamento, continue acompanhando o blog!

Texto de Cátia Damasceno

Cátia Damasceno é Fisioterapeuta especializada em uroginecologia, coach, palestrante e idealizadora do Programa Mulheres Bem Resolvidas.