Nossa autoestima está ligada a coisas que nem sempre estamos cientes do que é. Por isso, neste texto eu te falo sobre o que está por trás da falta de confiança que, principalmente, as mulheres enfrentam. Saiba como ter uma autoestima elevada.

No campo físico da autoestima estão as questões relacionadas à imagem corporal, principalmente. É nessa área que as preocupações da mulher com a aparência vão surgir com mais intensidade.

No entanto, algo que a gente não entende é que a construção de uma autoestima saudável depende de escolhas muito individuais.

O bem-estar e a aceitação física não deveriam ficar reféns de coisas que sequer estão em harmonia com os seus interesses. Aprender como ter uma autoestima deveria ser algo fácil.

O desequilíbrio da autoestima física acontece quando não conseguimos unir a imagem que fazemos de nós mesmas com a imagem que queremos ou achamos que devemos projetar.

Nós somos diariamente bombardeadas por diversas opiniões sobre o que é uma mulher bonita aos olhos da sociedade, mas essa perspectiva se baseia apenas em uma concepção externa que não considera toda a carga que uma mulher de verdade carrega para ela mesma se achar bonita.

Eu sofri muito com problemas de autoestima na parte física: sempre fui a magrela, branquela, sardenta, cabelo de cenoura, e mais diversos outros apelidos que ganhei na época da escola. Isso fez com que eu crescesse complexada com o meu corpo, achando que tinha alguma coisa errada comigo.

Demorei bastante tempo pra entender que o meu maior atrativo era o fato de ser diferente das outras meninas; que eu podia usar essa diferença ao meu favor ao invés de me diminuir por causa dela.

Neste texto você vai ver:

  • Ame tudo em você
  • Você sabe como trabalhar o seu interior? 
  • Sabia que suas relações sociais influenciam muito sua autoestima? 
  • Como achar um equilíbrio?
  • De que forma tratar a si mesma?

Ame tudo em você 

Existem coisas em mim que eu não tenho como mudar, como as minhas sardas, por exemplo. A única coisa que eu poderia fazer era aceitá-las e encontrar uma maneira de transformá-las em motivo de orgulho.

Claro, se há algo na sua aparência que a incomoda enormemente, mude! Há meios para isso? Ótimo! Vá em frente e faça o que vai te trazer satisfação e felicidade.

Mas se for uma coisa impossível de ser mudada, você tem que ressignificar aquilo para você, senão será uma fonte constante de dor.

Eu não estou aqui para ser hipócrita e dizer que aparência não é importante, nem que vai ser fácil saber como ter uma autoestima, até porque é o primeiro critério que utilizamos para avaliar uma pessoa quando acabamos de conhecê-la.

A visão é um dos canais pelos quais nós somos mais estimulados, então, sim, aparência importa. Contudo, a beleza é relativa e pessoal. Já ouviu aquele ditado de que “a beleza está nos olhos de quem vê”? Pois é justamente isso.

Enquanto você ficar se colocando para baixo e encontrando defeitos por achar que o seu físico define quem você é como pessoa, seus olhos vão continuar fechados. Você vai desperdiçar a oportunidade de descobrir o quanto é apreciada pelos outros. Vai desperdiçar a oportunidade de saber como ter uma autoestima elevada.

Eu não sei se você já parou para perceber, mas existem mulheres lindas que também têm problemas de autoestima e nunca conseguem enxergar a sua real beleza, estão sempre insatisfeitas. 

E não pense que só quem tem baixa autoestima tem que enfrentar obstáculos nesse campo. A autoestima excessiva também é responsável por uma sucessão de problemas. Qualquer um dos extremos provoca desconexão com a realidade e nos faz enxergar as coisas de maneira distorcida.

Como trabalhar o seu interior? 

No caso do excesso de autoestima física, a pessoa se considera tão atraente que sua aparência é motivo suficiente para as pessoas gostarem dela, então não importa se ela se apresenta como alguém arrogante e de personalidade difícil e presunçosa, tratando os outros como bem entende.  

O problema é que, após um tempo, o deslumbramento com a beleza acaba. E essa visão de como ter uma autoestima fica um pouco ultrapassada.

Ser uma pessoa bonita por fora não vai ser bastante quando descobrirem que você é feia por dentro.

Aliás, muitas pessoas utilizam a beleza para encobrir o fato de serem emocionalmente frágeis ou inseguras em relação a algo.

Por razões assim, cultivar hábitos positivos é a maneira mais saudável de lidar com a área física da autoestima.

Adote costumes como alimentar-se adequadamente, fazer exercícios físicos com regularidade, tirar um dia na semana para cuidar da pele e dos cabelos e desenvolver uma relação verdadeiramente sadia com seu corpo, conhecendo e valorizando cada pedacinho dele. Ter uma vida mais saudável é importante para a autoestima. 

Pare de se comparar 

E, por último: tente não se comparar ou expor demais a sua vida. Não é assim que você vai descobrir como ter uma autoestima. Eu sei como é difícil ficar longe do telefone, ainda mais quando vivemos um momento em que praticamente tudo o que fazemos é por meio desse aparelho.

Mas saiba que esse é um fator que gera muita ansiedade nas pessoas, principalmente nas mulheres.

É como se nas redes sociais todas as pessoas tivessem corpos deslumbrantes, fossem ricas e felizes. E se nossas vidas não se enquadram nesse modelo de perfeição, quando uma mulher não está bem resolvida consigo mesma, o sentimento de frustração é praticamente inevitável.

Dedicar o tempo para se cuidar, sentir, conhecer e admirar é fundamental para levantar o ânimo, impulsionar a aceitação do corpo e, consequentemente, equilibrar a autoestima física. Você tem que pensar no que pode fazer para se amar, respeitar e valorizar. E não tem como fazer isso se estiver sonhando com a vida de outra pessoa em vez de trabalhar para transformar a sua realidade.

Sabia que suas relações sociais influenciam muito sua autoestima? 

E como eu sei que as inseguranças em relação ao físico interferem nos nossos relacionamentos das mais diversas formas, não poderia deixar de fazer uma conexão entre as dimensões física e social.

Obviamente que as coisas estão interligadas, mas o nosso comportamento dentro dos círculos sociais que frequentamos é um espelho de como mostramos por fora o que sentimos por dentro. 

Ficou confuso? Eu explico.

Vamos supor que você chegou em um trabalho novo e não conhece ninguém. Se você é uma pessoa com baixa autoestima e insegura sobre a sua aparência, vai se questionar se está apresentável, se alguém te achou bonita e fazer comparações com as outras mulheres que, na sua cabeça, são mais atraentes.

Mas não saber como ter uma autoestima elevada pode te prejudicar nesses momentos.

A baixa autoestima física irá te deixar retraída, tímida, inibida, indecisa, hesitante e tudo isso vai repercutir no seu desempenho profissional e no trato com os colegas. Ao tentar ser aceita, você dificilmente vai dizer não para as pessoas, sempre no intuito de compensar de alguma forma o fato de você não se achar interessante.

Olha só quanto desperdício de energia!

E isso não acontece apenas no ambiente de trabalho ou por causa da aparência.

O padrão se repete em todos os outros grupos que você frequenta.

A pessoa com baixa autoestima fica procurando muletas para suprir o que ela considera ser um defeito e, assim, vai se enroscando cada vez mais em situações desconfortáveis.

Quando a baixa autoestima social está muito enraizada na personalidade, você precisa fazer um esforço tremendo para se impor no trabalho, com a sua família, amigas ou companheiro.

Por ser muito permissiva, as pessoas se aproveitam da sua boa vontade e a responsabilidade de tudo sempre recai nas suas costas.

Como achar um equilíbrio?

Quando ficamos socialmente encurraladas e perdemos nossa voz, é muito fácil nos deixarmos convencer que somos incompetentes, que ninguém nos quer ou que não merecemos determinadas coisas. E isso vai mexer com todas as outras áreas da nossa vida, especialmente a amorosa.

Já o exagero no nível de autoestima deixa as pessoas mais isoladas ainda, pois elas se tornam pedantes, acham que sabem de tudo, que são mais inteligentes, têm ideias melhores e não abrem mão de mandar, já que ninguém faz nada direito a não ser elas.

Perceba como qualquer um desses pólos é prejudicial. Por essa razão que eu reforço tanto a ideia de sempre buscar uma autoestima equilibrada.

De que forma tratar a si mesma? 

Já a falta de autoestima na área afetiva se manifesta na preocupação com os sentimentos dos outros e na falta de atenção em como você se sente diante das situações.

Você suporta o sofrimento emocional e aceita se anular em troca de poucas demonstrações de carinho.

Já no caso das pessoas que têm uma autoestima excessiva, elas podem, algumas vezes, se mostrar egoístas, indiferentes ao sofrimento alheio e não pesar as consequências emocionais de suas ações nas pessoas com quem estão envolvidas.

É bom saber que autoestima demais ou de menos não afeta somente a parte afetiva de relacionamentos amorosos. Ela acontece em todas as trocas de carinho que você estabelece na sua vida – inclusive de você para você.

Então, esteja sempre alerta aos seus sentimentos e como costuma falar consigo mesma. Trate-se como se fosse a pessoa mais importante do mundo, transborde amor por si própria, acolha-se, motive-se, aceite-se, pois esses hábitos irão garantir que você dê e retribua afeição de uma maneira mais genuína para outras pessoas também.

Qualquer relacionamento afetivo deve inspirar o que há de melhor nas pessoas, pois todo mundo tem medo da rejeição e do sofrimento.

Isso é algo do próprio ser humano, por mais seguro que alguém possa ser. E situações ruins acontecem, mas elas não podem definir quem você é dentro de um relacionamento e, muito menos, na vida.

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Texto de Cátia Damasceno

Cátia Damasceno é Fisioterapeuta especializada em uroginecologia, coach, palestrante e idealizadora do Programa Mulheres Bem Resolvidas.