O autoconhecimento é fundamental para quem necessita também ter autoconfiança e acreditar mais em si mesma. Ele é extremamente importante para quem espera ter uma vida harmoniosa em todos os sentidos. E hoje em dia, já existem muitas técnicas que auxiliam nesse processo. Neste texto, eu vou te falar sobre a importância do autoconhecimento. 

Eu selecionei diversas ferramentas que considero eficientes para que você consiga entender isso de uma forma mais profunda e real.  

Para começar, eu gostaria de falar sobre o autojulgamento. 

De acordo com Daniel Goleman, renomado autor do livro Inteligência Emocional, inclusive já fica aqui uma dica bacana de leitura para quem gosta de ler, cerca de 80% dos pensamentos que temos diariamente são pessimistas e autodepreciativos. Ou seja, passamos a maior parte das nossas vidas focadas na negatividade e em reforçar uma autoimagem ruim. 

Acho bem difícil que você tenha no dia a dia pensamentos do tipo “eu sou linda”, “nossa, como eu me amo” ou “fico impressionada com a minha inteligência”.

Autojulgamento

O pior de tudo é que nós, mulheres, temos muito mais esse hábito do que os homens.  Nós nos cobramos por não termos o corpo perfeito, o relacionamento de contos de fadas, a carreira mais bem-sucedida, por não sermos as melhores mães do mundo, e até mesmo quando estamos tristes nos cobramos por não estar bem. Olha que loucura, né? Mas fazemos isso frequentemente.

E é por isso que o autojulgamento é um de nossos maiores inimigos. Ele consegue desequilibrar nossa saúde mental e emocional. Então é de extrema importância que você aprenda a lidar com ele, para que você entenda a importância do autoconhecimento.

E para que isso aconteça, você precisa ir além da superfície e identificar a raiz dos problemas, a verdadeira razão pela qual você se julga tanto assim, para só então conseguir se curar. 

A atividade que eu vou ensinar agora é para que esse processo de cura comece.

Trata-se da técnica de abandonar ou deixar ir – ou como eu apelidei, a técnica da Frozen, do let it go, desenvolvida pelo psiquiatra e escritor David Hawkins. E fica aqui a minha sugestão de leitura, o livro “Deixar ir – o caminho do desapego”.

Deixe ir

O autor explica o seu pensamento da seguinte forma:

O deixar ir envolve estar consciente de um sentimento, deixá-lo surgir, permanecer com ele e deixá-lo seguir seu curso sem querer torná-lo diferente ou fazer algo a respeito. Significa simplesmente deixar o sentimento estar presente e concentrar-se em deixar escapar a energia por trás dele.

A técnica consiste em sentir totalmente qualquer emoção que aparecer e aceitá-la plenamente, sem resistir, sem ter medo, sem condenar o que você está sentindo. Significa simplesmente deixar o julgamento de lado, e ver que é apenas um sentimento como qualquer outro.

No livro “Deixar ir”, o autor explica que todo sofrimento vem da resistência. Ao contrário do que pensamos, não são as emoções negativas que nos fazem sofrer, mas sim o fato de resistirmos e tentarmos fugir desses sentimentos. E como é que a gente resiste? Pensando e julgando. Ou seja, estamos tentando controlar a emoção negativa ao invés de simplesmente sentir. 

Se você se permitir vivenciar em plenitude cada sentimento, eles vão embora mais cedo ou mais tarde. E saiba que nós não conseguimos controlar uma emoção, mas nós conseguimos controlar o que fazer com essa emoção.

Exemplo: se você está com uma raiva absurda e quer quebrar tudo o que aparecer na sua frente, a raiva você não controla. A vontade de quebrar tudo, sim. Entende a diferença?

Tenha compaixão pelos seus próprios sentimentos

Ou seja, o que eu quero dizer é que o grande segredo para você ser capaz de aplicar a técnica é ignorar os pensamentos de autojulgamento. 

Para você entender a importância do autoconhecimento, quando você pensar em algo negativo, e se sentir infeliz por causa disso, revise seu próprio sentimento, olhe para ele, sinta-o, porque às vezes esse sofrimento está no julgamento que você faz do sentir, então, não julgue. Quando pensar em algo negativo e se sentir mal por causa disso, concentre-se no próprio sentimento, não no julgamento.

Os nossos pensamentos não cessam e eles se autoalimentam, quanto mais você mantiver o foco neles, mais eles irão te incomodar e gerar outros sentimentos ruins. Entenda que a verdadeira razão desses sentimentos aparecerem é a pressão que você coloca sobre si mesma, e é ela que deve ser aliviada.

Algumas vezes você irá notar que mesmo tendo aplicado a técnica para abandonar um determinado sentimento, ele retorna algum tempo depois. Isso acontece porque ainda deve haver algo mais que você precisa deixar ir e porque as emoções fazem parte de nós, tanto as positivas quanto as negativas. Mas mesmo assim, procure não se julgar, porque a importância do autoconhecimento é totalmente validada, entretanto é um processo. 

Assim, é muito importante que você faça o exercício com frequência, pois quando você for capaz de ignorar os pensamentos negativos e neutralizar os sentimentos ruins advindos dos pensamentos, você vai se observar com um pouco mais de compaixão e sem fazer autojulgamentos.

Saiba quais são os valores

Este exercício é justamente para que você aprenda a não se cobrar e se julgar de forma tão dura; para você abandonar coisas que não estão te fazendo bem e dar espaço ao que te proporciona crescimento e plenitude. 

Você já assistiu ao filme Divertida Mente? Se já assistiu ou ainda não, assista depois que acabar de ler este texto, ou quando tiver um tempo, e preste atenção na importância que cada sentimento tem, e como é importante também acolher cada um deles.

Existe uma citação bem famosa que diz o seguinte: “Seus valores definem quem você é de verdade. Sua identidade real é o somatório de todos os valores”. E eu concordo plenamente. 

Como os valores são individuais e dependem da formação e experiência de cada pessoa, nem sempre quem tem valores parecidos os pratica ou interpreta da mesma forma. Exemplo: quando eu e meus dois sócios fomos escrever o culture code da empresa, tivemos vários valores em comum, um deles é a honestidade. Só que para cada um, honestidade tem um significado diferente. Para um, era pagar todos os impostos, para o outro é não deixar atrasar nenhum pagamento e, para mim, é cumprir com a minha palavra. Entende que tudo isso é honestidade, mas com uma aplicabilidade diferente?

Então, esse fator é essencial para você entender que suas motivações nem sempre serão as mesmas das pessoas que te rodeiam. 

Eu acredito que as principais funções dos valores são nos ajudar a direcionar nossas atitudes para que não deixemos de defender o que consideramos certo ou errado, e para nos ajudar a nos relacionar com as pessoas e com o mundo.

Deu para entender que viver conforme os seus valores é importante, não é?

Não abra mão dos seus valores

E quando não damos a devida importância, deixamos que outras pessoas pensem e escolham por nós, e acabamos perdendo a nossa autonomia.

Assim, abrir mão de seus valores é como renunciar à própria liberdade. Por isso é fundamental que você saiba quais valores regem a sua vida, e se certifique de que tem vivido de acordo com eles. Isso vai te ajudar a entender melhor a importância do autoconhecimento.

Nossos comportamentos reproduzem aquilo que aprendemos com nossos pais, tios, avós, professores, amigos e cuidadores, pois a maioria deles é construída na infância. Mas isso não te impede de desenvolver ou seguir novos valores com os quais você se identifique. A vida é ótima para nos ensinar a desenvolver valores.

Lembre-se que os valores vão guiar tanto atitudes simples do dia a dia quanto decisões mais difíceis. Vão te ajudar inclusive a saber se esse relacionamento em que você está condiz ou não com seus valores. E para quem for solteira, aprender a reconhecer os valores do outro é fundamental para saber se essa pessoa realmente vale a pena.

Como alguém que trabalha com relacionamento há um tempo, eu te afirmo que é bem complicado se relacionar com alguém que tenha valores muito diferentes dos seus. Exemplo (meu valor é que meu marido não fume).

Faça uma lista

Tendo isso em mente, eu gostaria que você fizesse uma lista com oito a doze valores que considera fundamentais.

No caderno de exercícios há alguns exemplos de valores para você ter uma ideia do que se trata. Você não precisa utilizar apenas os que estão lá. Pode ser que exista um valor muito forte na sua vida que não foi contemplado nessa lista, então não fique presa às sugestões que eu dei. 

Depois que escolher de oito a doze — não vale menos do que oito, nem mais do que doze — você vai preencher a segunda parte do exercício, que é colocar esses valores em ordem de importância para você. Pronto, você acaba de entender quais valores te ajudam a tomar as decisões da sua vida, e tenha em mente definitivamente a importância do autoconhecimento.

O próximo passo é se perguntar: 

  • Quando você for tomar alguma decisão, como este valor pode te ajudar ou atrapalhar?
  • Suas decisões, com base nestes valores, estão em consonância com o estilo de vida que você quer?
  • O quão distante eu estou de alcançar essa vida?
  • Quais mudanças eu preciso realizar? 

Se você achou que este texto te ajudou, dê uma olhada no meu curso Mulheres Bem Resolvidas. Nele, eu abordo este e outros tópicos que vão te mostrar como ter mais autoconhecimento e lidar melhor consigo mesma.

Texto de Cátia Damasceno

Cátia Damasceno é Fisioterapeuta especializada em uroginecologia, coach, palestrante e idealizadora do Programa Mulheres Bem Resolvidas.