Muita atenção a esses números: de acordo com uma pesquisa realizada pelo Projeto Sexualidade, da USP, 92% das mulheres brasileiras não se masturbam, 34% sofrem com a falta de desejo sexual e 29,3% têm uma vida sexual ativa sem atingir o orgasmo.

Esses números não seriam alarmantes se nós não estivéssemos em pleno século XXI, depois de tantas conquistas femininas, inclusive sexuais.

Mas o que será que está por trás desses números, que em nada refletem as condições e liberdade sexual feminina adquirida ao longo da história?

É exatamente sobre isso que nós vamos falar hoje, e eu preparei dois tópicos que vão abranger bem as diferenças entre os tipos de anorgasmia. É por isso que hoje vamos falar sobre:

  • O que é o orgasmo feminino?

  • Por que demoramos mais para atingir o clímax?

  • Os tipos de anorgasmia

  • Como reverter os tipos de anorgasmia

Mas, mais importante do que discutir sobre os tipos de anorgasmia, minha intenção ao levantar o assunto e propor essa conversa é fazer com que, caso você não consiga atingir o orgasmo, não se sinta menos mulher e saiba que, sim, é possível ter prazer na cama. Vamos lá?

O que é o orgasmo feminino?

Não, mulherada: nós não ejaculamos ao chegar ao orgasmo como os homens, mas nem por isso o nosso prazer é menor do que o deles.

O orgasmo, para ambos os sexos, é o clímax dos estímulos, durante uma transa ou não, ou seja, é o alcance do prazer sexual máximo.

Mas você sabe o que acontece com o nosso corpo durante o orgasmo?

A lubrificação da vagina e a musculatura da pélvis apresentam contrações, que, de acordo com cada mulher, podem ser mais intensas ou suaves.

orgasmo
Além disso, há o alongamento e a abertura do canal vaginal, os mamilos ficam endurecidos, o útero e a vagina se contraem até que, finalmente, acontece o orgasmo – que não dura mais do que alguns segundos, mas que provoca uma sensação de prazer intensa seguida de um relaxamento profundo.

Por que as mulheres demoram a atingir o orgasmo?

Eu costumo falar para as mulheres dizerem para seus maridos que o segredo do orgasmo feminino é a dedicação. Muitas delas riem, mas é a mais pura verdade. Nós, mulheres, demoramos de três a quatro vezes mais tempo do que os homens para atingir o orgasmo, e isso se dá por uma série de fatores.

O primeiro dele é a anatomia, que, logicamente é diferente entre os sexos. Além disso, as mulheres são muito mais sensoriais do que visuais, o que demanda um trabalho extra dos parceiros para que seja atingido o orgasmo. Não há regra, mas, geralmente, as mulheres demoram 8 minutos até atingir o orgasmo, que dura de 6 a 10 segundos.

Por isso é que eu bato tanto na tecla das preliminares: quando bem feitas, por explorarem bem o toque e estimular o clitóris, as chances de atingir o orgasmo antes mesmo da penetração são grandes.

Agora, se você está achando que esse mundo é injusto, porque, para os homens, é muito mais fácil chegar lá, está na hora de você rever esse pensamento: afinal de contas, nós podemos ter orgasmos múltiplos e continuar sentindo prazer, mesmo após o clímax – e essa é uma característica exclusivamente feminina.

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Quais são os tipos de anorgasmia?

tipos de anorgasmia
Que a sensação do orgasmo é maravilhosa, todas as mulheres sabem: seja por já ter vivenciado a sensação, ou por ouvir relatos das amigas – e essas, que não conseguem atingir o clímax, podem estar sofrendo de algum dos tipos de anorgasmia.

É mais comum que essa condição se faça presente o início da vida sexual, quando a mulher ainda não conhece o seu corpo a ponto de poder buscar os caminhos certos para atingir o orgasmo, mas essa não é uma regra – e a dificuldade em atingir o clímax pode se manifestar em qualquer etapa da vida.

Todos os tipos de anorgasmia estão ligados à dificuldade de atingir o orgasmo durante os estímulos sexuais, mas se diferem de acordo com a origem. São eles:

1. Anorgasmia primária

Quem nunca teve orgasmo, seja com um parceiro durante a transa, nas preliminares ou até se masturbando,  se encaixa nesse, que é um dos 4 tipos de anorgasmia.

Dentre os fatores que podem levar a essa condição estão as causas orgânicas, que apesar de menos comuns, podem desencadear essa incapacidade de atingir o orgasmo.

Dentre elas, estão as disfunções de tireoide, cardiopatias, obesidade, diabetes, lesões de nervo na região pélvica, entre outros.

Além das causas orgânicas, existem, também, as psicológicas – que respondem pela maior incidência dos tipos de anorgasmia.

2. Anorgasmia secundária

Quem sofre com a anorgasmia secundária já experienciou o orgasmo, mas, por alguma razão, deixou de atingi-lo e tem dificuldades reais de sentir prazer sexual. Dentre os motivos que levam a essa condição estão, principalmente, os psicológicos.

Mulheres que sofreram algum trauma sexual, por exemplo, geralmente desenvolvem essa dificuldade por não conseguir sentir prazer e nenhum estímulo.

3. Anorgasmia Situacional

Esse é a condição entre os tipos de anorgasmia que faz com que a mulher atinja o orgasmo apenas em algumas situações específicas, como durante o sexo vaginal, ou com um determinado parceiro. Aquelas que alcançam o clímax apenas durante as preliminares, como sexo oral ou masturbação, também se encaixam na anorgasmia situacional.

4. Anorgasmia Generalizada

Essa é a disfunção que faz com que as mulheres desenvolvam a incapacidade de atingir o orgasmo, em qualquer situação.

Como reverter os tipos de anorgasmia?

tratamento anorgasmia
Existem algumas abordagens para reverter os diagnósticos dos tipos de anorgasmia. Dentre eles estão o autoconhecimento e descoberta do corpo, com a estimulação sexual usando vibradores e acessórios que possam ajudar a chegar ao orgasmo.

Sim, amigas, nada de pânico: se masturbar é normal e, mais do que isso, é saudável!

Dependendo do diagnóstico, se as causas para o desenvolvimento de algum dos tipos de anorgasmia forem psicológicas, a terapia sexual é indicada para identificar o que causa o bloqueio e como superá-lo.

Além disso, a psicoterapia também é importante para avaliar problemas que possam ter acontecido na infância e situações que afetaram a percepção de prazer sexual, desde a repreensão dos pais até a educação religiosa, etc.

Outra intervenção são os medicamentos, que também podem estar associados à tratamentos de causas orgânicas que levam a algum dos tipos de anorgasmia.

O diagnóstico de cada caso é feito com o acompanhamento do ginecologista, que vai avaliar o histórico da paciente.

Por isso, se você se identifica com algum dos tipos de anorgasmia, não pense duas vezes: procure o seu médico para poder ter uma vida sexual saudável, e, o mais importante de tudo, prazerosa.

Ficou com alguma dúvida?

Já sabe, além de marcar uma consulta com o seu ginecologista, escreve pra mim pelos comentários e vamos conversar!

Texto de Cátia Damasceno

Cátia Damasceno é Fisioterapeuta especializada em uroginecologia, coach, palestrante e idealizadora do Programa Mulheres Bem Resolvidas.