Você já ouviu falar de shibari?
Shibari é uma espécie de bondage oriental, que consiste em amarrar a parceira usando cordas de fibras naturais e diferentes tipos de nós.
Esta prática busca alcançar o maior prazer sexual possível através da estética e de variadas técnicas. Quem experimentou afirma que o prazer é garantido!
Hoje vou falar um pouco sobre essa prática e ensinar a você e seu parceiro as principais amarrações do shibari.
No texto de hoje vamos abordar os seguintes tópicos:
- O que é shibari?
- Origem
- Altamente visual
- Um componente psicológico
- Shibari profissional
- Sem preconceitos
- Sexismo?
- Muitas surpresas
- Confiança
- Como é realizado?
- O que é necessário?
- Processo de amarração
- Por que praticar o shibari?
- Precaução
- Vale a pena?
O que é Shibari?
Em japonês, “Shibari” significa simplesmente “amarrar”. Ao contrário de outras práticas do BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo), que utilizam plástico, fitas adesivas, de látex ou de cabos sintéticos para amarrar o parceiro, o shibari sempre utiliza fibras naturais, de preferência de juta ou cânhamo.
As cordas são um meio pelo qual a emoção flui entre aquele que amarra e aquele que está amarrado, por isso o material precisa ser natural e de qualidade.
Origem
O Shibari é derivado de Hojojutsu, uma arte marcial usada no período Edo (1600 a meados de 1800) pelos samurais para prender e restringir prisioneiros com corda.
No entanto, a honra desses antigos guerreiros samurai exigia que eles tratassem bem seus prisioneiros. Então eles usaram diferentes técnicas para amarrá-los, mostrando a honra e o status de seu prisioneiro capturado.
Muitas vezes, os prisioneiros eram publicamente humilhados por estarem amarrados em cordas, que geralmente transmitiam sua classe e crime, antes da execução ou prisão.
Os japoneses começaram a usar os laços Hojojutsu para BDSM e a jogar com a restrição física e a vergonha emocional de estarem amarrados. Esta arte de amarrar de forma erótica ficou conhecida como shibari (amarração decorativa) ou kinbaku (amarração apertada). Mais recentemente, o shibari começou a se popularizar nas comunidades de BDSM em todo o mundo.
Altamente visual
O Shibari cria padrões geométricos e formas com corda que contrastam com as curvas naturais do corpo humano.
Os desenhos dos laços são projetados para favorecer e realçar a figura do corpo, destacando as partes íntimas exageradamente e marcando as curvas femininas e a contorção erótica dos corpos. É a arte erótica que causa mais impacto visualmente.
O arranjo estético das cordas e nós enfatiza características como sensualidade, vulnerabilidade e também força. O posicionamento de nós em locais apropriados estimula pontos de pressão no corpo, de forma muito similar às técnicas de acupuntura e ao Shiatsu, uma forma de massagem japonesa.
Alguns acreditam que uma experiência Shibari também estimula o fluxo e a transferência de energia do Ki (energia universal, segundo os orientais)
Um componente psicológico
Enquanto há pessoas que buscam apenas o Shibari pelo erotismo, há também quem está procurando uma cura mental, porque a técnica também pode ser eficaz no caso de bloqueios emocionais. Em oficinas de Shibari, pessoas relatam sentimentos de paz, relaxamento, confiança e, embora pareça estranho, de liberdade.
Ou seja, o shibari é mais do que amarrar outra pessoa ou uma maneira de buscar prazer imediato. É uma arte que pode liberar todos os tipos de emoções, contanto que você esteja disposto não apenas a se render às cordas, mas a todas as sensações que ela desperta.
Shibari profissional
O shibari tem milhares de fãs no mundo. Existem atores profissionais cujas performances fizeram deles verdadeiras celebridades do mundo subterrâneo do sexo proibido. No entanto, não é necessário ser profissional para aproveitar as delícias da prática. Qualquer um pode experimentar sua versão caseira e, com isso, dar um empurrão simplesmente espetacular para sua vida amorosa.
Sem preconceitos
Em primeiro lugar, a ideia de ser amarrada pode parecer perturbadora, mas abra sua mente e imagine que seu parceiro poderá te conduzir a uma experiência lenta e sensorial. Que entre beijos e carícias ele estará deslizando cordas suaves, fazendo voltas e nós em seu corpo, até que você esteja semi-imobilizada.
Uma vez amarrada, começa uma brincadeira deliciosa e perversa ao mesmo tempo, na qual sua vulnerabilidade é a chave para levá-la ao limite do prazer. Não parece tão ruim agora, certo?
Sexismo?
Para fazer isso, a primeira coisa é quebrar paradigmas. Embora se aplique tanto a homens como a mulheres, o mais comum é que elas sejam subjugadas. Isso parece muito machista para muitas pessoas. Mas não é.
Trata-se de um jogo em que a mulher é quem faz uma escolha. Apesar de estarem atadas, as mulheres têm voz no Shibari, cuja regra principal é que tudo pare no momento em que se torna desconfortável.
Muitas surpresas
Os nós e elos são colocados de tal forma que estimulam vários pontos de acupuntura, que elevam a energia sexual. Além disso, estar indefesa e amarrada mesmo que você saiba racionalmente que não há perigo, ativa sistemas primitivos de alarme inconsciente.
Essas emoções fazem o cérebro liberar endorfinas, dopamina, adrenalina e outros neurotransmissores que levam ao prazer, felicidade e bem estar. Além disso, a contenção das cordas causa uma sensação calorosa de proteção.
Confiança
Uma coisa importante sobre o shibari é que ele não deve ser jogado com qualquer pessoa. O casal deve ter total confiança um no outro, porque a prática não envolve sofrimento e sim que ambos possam explorar sensações, com a segurança de fazê-lo em um ambiente controlado.
Além disso, quem define os limites da brincadeira é a pessoa a ser amarrada. O casal pode, inclusive, se revezar no jogo erótico.
Quem domina deve cuidar de quem está sendo dominado e ambos devem determinar qual o estilo que preferem, se é mais suave ou mais agressivo.
O grau de intimidade que pode resultar dessa prática é muito grande, principalmente após a experiência, onde o dominante cuida com esmero de quem estava amarrado durante a prática.
Como é realizado?
Como acontece no BDSM, o casal se divide em mestre e submisso. O submisso adota um papel no qual ele permanece sob a vontade de outro ou de outras pessoas que adotam um papel dominante, obedecem e o deixam agir em seu corpo.
As cordas funcionam como uma extensão dos dedos do dominante.
O que o dominante faz quando tem a “submissa” em suas mãos? Tudo depende do relacionamento entre os dois.
O que é necessário?
Para praticar o Shibari, será necessário cordas de algodão macio ou juta, medindo cerca de oito metros de comprimento.
Se a urgência do momento os impedir de conseguir o material, vários lenços ou um bom rolo de esparadrapo servirão.
Vocês podem seguir uma espécie de roteiro, com uma história pré-determinada ou podem simplesmente ter prazer na imobilidade, através de beijos, carícias, penetração e diversas posições sexuais.
Vocês também podem adicionar outros estímulos como privação visual através de vendas nos olhos, mudanças de temperaturas (brincadeiras com gelo ou com gel que esquenta/esfria), carícias com texturas diferentes ou leves palmadas ou açoites.
Processo de amarração Shibari
O processo de amarração do Shibari tem várias etapas:
- Imobilização do tronco
- Pacote de nádegas e barriga
- Fixação do corpo em sua totalidade
As cordas são colocadas nas zonas erógenas de homens e mulheres para aumentar o clímax. Existem algumas técnicas para praticar o Shibari:
- Ushiro: mãos amarradas atrás das costas
- Hishi: amarração que cria formas de diamantes
- Matanawa: A corda é colocada principalmente nas áreas genitais.
- Takate-kote: a clássica amarração no tronco
- Tsuri: todas as suspensões
- Gote Gasshou: Mãos nas costas em posição de oração.
Por que praticar o shibari?
- Conectar se com o seu lado mais íntimo e sombrio.
- As sensações e emoções que podem ser sentidas se a técnica for bem feita podem ser surpreendentes.
- O relacionamento dominante que é criado entre aquele que é amarrado e aquele que amarra é o que cria um ambiente erótico inesquecível.
Precaução
Como qualquer prática, o Shibari pode ter riscos caso não sejam tomadas as devidas precauções. Caso o nó esteja apertado demais, por exemplo, pode cortar a circulação, e deixar hematomas. Além disso, também há a possibilidade de colocar as cordas em partes do corpo que podem provocar asfixia ou desmaio. Aqui vão algumas dicas de segurança:
- Use materiais macios e flexíveis e não aperte as cordas demais.
- Vá devagar, especialmente nas primeiras vezes.
- Evite o pescoço, áreas muito macias e articulações.
- Parem imediatamente se ocorrer calafrios, enjoos, asfixia, ou hiperventilação.
- Tenham sempre por perto tesouras para soltar rapidamente as cordas em caso de necessidade.
- Tenham por perto água ou suco para evitar desidratação.
Vale a pena?
O Shibari pode oferecer uma experiência construtiva de várias maneiras, e pode ser usado como uma ferramenta para melhorar a dinâmica do casal, aumentando o intercâmbio emocional e a confiança no outro e em si mesmo.
Ele também ensina uma linguagem corporal e mental que pode nos ajudar a desenvolver nossa capacidade de assumir responsabilidades, trabalhar a autoestima, a criatividade e o relaxamento; além de nos oferecer um método único de brincar com infinitas possibilidades.
Se você ficou curiosa, vá e experimente essa prática, que além de dar prazer, ainda traz inúmeros benefícios!
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