Hoje nós vamos conversar sobre o papel de uma sexóloga na vida de qualquer mulher.

As pessoas costumam, de um modo geral, ter o péssimo hábito de não pedir ajuda quando precisam, independentemente da situação. E os sinais desse costume são claros no dia a dia: centralizar as atividades no trabalho, não delegar funções, assumir mais do que pode cumprir.

Nos tempos modernos, com tanta cobrança no trabalho, prazos para cumprir, família para dar assistência, marido para dar atenção, nós acabamos vestido uma capa de mulher maravilha para poder dar conta de tudo que precisa ser feito – sem levar em consideração que existem missões impossíveis, até mesmo para os super-heróis.

sexóloga

O grande problema em não saber a hora certa para pedir ajuda é que, quase sempre, a sensação de falhar por não conseguir cumprir o que estava acordado gera uma frustração que interfere, e muito, na autoestima. E quando o aspecto que está precisando de uma ajudinha é o sexual, o ato de ir à busca de uma solução vira um tabu ainda maior.

Hoje nós vamos falar sobre:

  • Como funciona o atendimento de uma sexóloga
  • Quando procurar a ajuda profissional de uma sexóloga
  • Como escolher a melhor profissional

A ideia é desmistificar o tabu que existe em torno desse profissional, e entender que, sim, às vezes é preciso uma intervenção para que possamos aproveitar nossa vida sexual de maneira saudável e ainda mais prazerosa. Vamos lá?

O atendimento de uma sexóloga

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Esqueça a ideia de que a sexóloga é aquela “guru do sexo”. Essa definição dificulta ainda mais o processo de recorrer à ajuda quando alguma coisa não está indo bem na cama. Na verdade, a sexóloga é uma profissional formada em psicologia, mas que atua com ênfase na área sexual em sua plenitude, tanto física, social quanto psicológica.

Para ficar mais simples de entender qual é o papel dessa profissional, vamos a um exemplo. Quando você busca um ginecologista, sabe que o atendimento vai ser relacionado à sua saúde física, certo? Pois o papel da sexóloga é fazer esse atendimento no que diz respeito às questões psicológicas ligadas à sexualidade.

As sessões, geralmente, são feitas semanalmente, como uma terapia comum. Durante os encontros, são discutidos os pontos específicos que estão ligados à sexualidade, algumas questões são levantadas e é feito o acompanhamento dos avanços no decorrer do tempo.

E não são poucos os problemas de fundo emocional que atrapalham o prazer das pessoas – e se eles não forem trabalhados a fundo, diminuem consideravelmente a qualidade da vida sexual. Por isso, é importante saber quais são eles e identificar a hora certa de acender o sinal “vermelho” quando algo não vai tão bem, e pode ser melhorado.

Quais são os sinais de que é hora de procurar ajuda de uma sexóloga?

O atendimento de uma sexóloga pode ser feito tanto aos homens quanto às mulheres. Dentre os principais problemas masculinos e que justificam a busca por ajuda profissional estão a dificuldade de ereção e ejaculação precoce sem um motivo físico, e a falta de libido, mesmo quando os hormônios estão estabilizados.

Agora, no que diz respeito às questões femininas que levam, ou deveriam levar, as mulheres a buscarem atendimento de uma sexóloga, existem situações clássicas.

#1 Anorgasmia

anorgasmia

O nome pode parecer estranho, mas a anorgasmia é mais comum do que deveria, principalmente em tempos modernos, por luta de direitos iguais entre homens e mulheres. Essa condição afeta as mulheres que não atingem o orgasmo, e, ao contrário do que muitos pensam, ela não está ligada a algum problema físico, ou “incapacidade” do homem na hora “h”.

O psicológico, geralmente, é a causa mais comum dos casos de anorgasmia feminina, e os bloqueios que levam a essa dificuldade de atingir o orgasmo são trazidos à tona e discutidos durante as sessões com a sexóloga. Cada mulher pode desenvolver um mecanismo psicológico diferente, mas, geralmente, os bloqueios estão relacionados com a criação, traumas, falta de diálogo sobre sexo com a família e abusos sofridos durante a infância e adolescência.

E eu não preciso falar que manter relações sem prazer, apenas para satisfazer o desejo do outro, não deve ser o resumo de uma vida sexual saudável, certo? Portanto, se você se identifica com essa situação, e sente dificuldade de atingir o orgasmo sozinha, com a masturbação, ou com o parceiro, não pense duas vezes: uma sexóloga pode lhe ajudar a entender o porquê isso está acontecendo e como fazer para curtir esse, que é um dos grandes prazeres da vida.

#2 Dispareunia

Mais um nome complicado, e que afeta 60% das mulheres. Ele diz respeito a outro bloqueio que impede uma vida sexual saudável e prazerosa: as mulheres que sofrem com a dispareunia sentem muita dor durante as relações sexuais.

dispareunia

Dentre os diversos motivos que justificam as dores, há os clínicos, que são diagnosticados com exames ginecológicos e complementares, mas, quando a causa não é física, é preciso recorrer à ajuda de uma sexóloga. No caso da dispareuia, existem diversos desencadeadores da disfunção, e buscar a ajuda dessa profissional é imprescindível para recuperar a autoestima e a qualidade da vida sexual.

O que, muitas vezes, acontece é que as mulheres sentem vergonha de não sentir prazer, e se autocondenam ao invés de ir a uma sexóloga fazer uma avaliação da questão. Portanto, se você sente dores durante as relações, já fez exames em busca de uma causa clínica, mas nada foi constatado, não pense duas vezes em buscar ajuda profissional. A disparemia psicogênica, se não tratada, pode desencadear outros problemas, como transtornos de excitabilidade e falta total de desejo sexual.

#3 Vaginismo

Aquela velha história de que “apertadinha é melhor”, tem o outro lado. Quando a mulher consegue ter o controle dos músculos vaginais para proporcionar mais pressão no pênis e, consequentemente, prazer para ambas as partes, ótimo. Agora, o vaginismo é exatamente o contrário dessa situação.

vaginismo

As mulheres que sofrem com a disfunção apresentam contrações involuntárias dos músculos ao redor da entrada da vagina, o que causa muita dor na penetração, e até mesmo a impossibilidade de manter uma relação sexual. A questão é que esses espasmos, geralmente, não têm causas físicas, e, como vimos, se psicológico é o responsável pelos bloqueios sexuais, há a indicação de acompanhamento com uma sexóloga.

Dentre os motivos que podem desencadear as contrações involuntárias do vaginismo nas mulheres estão a baixa autoestima e a ansiedade, fatores que precisam ser trabalhados para uma vida sexual ativa e prazerosa.

Como escolher uma sexóloga?

As razões que fazem com que uma profissional seja uma boa sexóloga podem ser diferentes de pessoa para pessoa, mas a regra de empatia é válida nesses casos.

Assim como qualquer outra escolha entre médicos e psicólogos, é preciso sentir confiança e liberdade em relação à profissional. Afinal de contas, é para ela que você vai contar as suas particularidades mais íntimas, desabafar sobre medos, inseguranças e outras questões ligadas à sua vida pessoal e sexual.

Portanto, além de se certificar sobre a formação profissional, para escolher uma boa sexóloga é preciso sentir segurança logo no primeiro contato. Dessa forma, a sessões serão mais fluidas e os resultados muito mais positivos.

E então, você já recorreu a uma sexóloga para trabalhar questões que impediam a sua satisfação na vida sexual? Ficou com alguma dúvida sobre como essa profissional pode lhe ajudar a superar disfunções e voltar a ter prazer na cama? Já sabe: escreva pra mim pelos comentários e até a próxima.

Super beijo!

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Texto de Cátia Damasceno

Cátia Damasceno é Fisioterapeuta especializada em uroginecologia, coach, palestrante e idealizadora do Programa Mulheres Bem Resolvidas.