Quando o nosso bebezinho nasce, a gente acha que amamentar vai ser tão automático quanto ser mãe. A gente acha que assim que colocarmos o nosso bebê no peito, ele já vai, de imediato, mamar. De repente, a gente se surpreende e descobre que a realidade é dura, eu por exemplo, tenho dois nódulos na mama e não pude amamentar o Pedro e o Matheus. Isso me deixou arrasada me fez questionar diversas vezes “por que amamentar pode ser tão difícil?”.


Amamentar é muito mais difícil do que parece e milhões de mães no mundo todo acabam sofrendo com essa dificuldade.


Eu recebi um e-mail com o desabafo de uma leitora aqui do blog sobre amamentação. Como eu sei que esse assunto é importante para toda mãe, resolvi compartilhar.

Por que amamentar pode ser tão difícil?

"Eu sofri demais quando meu primeiro filho nasceu. Logo na maternidade, como todo bebê, ele chorava de fome mas não sabia como mamar e o meu desespero foi intenso.

O médico dizia pra não deixar o bebê fazer meu peito de chupeta, mas como a gente fala pra um recém-nascido como ele deve mamar?! Fui para casa com uma prescrição médica de alguns leites “artificiais”, afinal, era mais fácil comprar o leite, colocar na mamadeira do que ensinar –com muito esforço- o bebê a tomar o leite materno.

O fracasso era declarado e a maioria das pessoas apostaram nele. Muitas chegaram a falar que era normal, que já tinha passado por isso e que era pra eu relaxar e dar leite artificial!

Relaxar?! Pra uma mãe que sempre sonhou em viver o momento mágico-de-filme do filho mamando no peito, do olho no olho, da mãozinha segurando nosso dedo, a notícia da mamadeira e do “relaxar” cai como uma bomba!

 Você acredita que eu ouvi de algumas pessoas que mamar no peito é coisa de quem mora em países da África, de gente pobre que não tem dinheiro?! Leite em pó é status. Peito de fora é coisa de Terceiro Mundo.

Eu já estava irritada e confusa entre o cansaço e o fracasso. Sempre vinha um palpiteiro de plantão falar que “leite artificial é praticamente igual ao leite materno”, que “bebês que tomam leite artificial dormem melhor”. Mas pera lá, quem disse que mamadeira é sinônimo de leite artificial?! Um grande engano!

 É quase inacreditável, mesmo com todo sofrimento, tive que ouvir barbaridades. Mas eu resisti, afinal, eu queria amamentar. Comprei uma bombinha pra tirar o leite já que eu achava que meu filho não sabia sugar ou eu que não sabia dar de mamar.

 Ele acabou se acostumando rapidamente com a facilidade da mamadeira e eu queria que fosse uma cheia de leite materno, não leite artificial. Ordenhava meu leite todos os dias, colocava na mamadeira e ele mamava.

 Achei que pudesse manter esse ritmo por muito tempo. Mas peito não é estoque e sim fábrica. Sem o bebê sugando a produção de leite vai diminuindo, diminuindo até que acaba. Hoje eu sei. Mas na época eu não sabia. E ninguém, ninguém me explicou. Meu leite secou. Pronto, tive que seguir e dar leite artificial para o meu filho que aqui para nós, sempre foi uma nota!

 O que eu queria que tivessem me dito quando meu filho nasceu, eu digo para você: Se quiser voltar a amamentar seu filho no peito isso ainda é possível com a ajuda de uma consultora em amamentação. São mulheres que operam verdadeiros milagres. Corrigem a pega, orientam para aumentar a produção de leite, fazem relactação.

 Mas também entenda que não querer mais amamentar é legítimo. E se for esse o caso, também sinta-se abraçada. Você não é a exceção, é a regra. A média de aleitamento materno exclusivo no Brasil é de míseros 54 dias. Eu, você e milhões de mulheres somos levadas a desistir por esses ou outros motivos.

 Eu nunca me senti “menos mãe” por não ter amamentado. Eu me senti menos informada. Eu me senti vítima de uma sociedade que não considera amamentar prioridade".

Emocionante, não é mesmo?! Se você sofre com isso, saiba que você não está sozinha e não deixou de ser “menos mãe” como disse a leitora acima.


Em breve eu vou gravar um entrevista com uma especialista sobre o assunto para trazer mais informações e publicar aqui no blog para vocês.

Espero que você tenha gostado e se ficou alguma dúvida, comenta aqui em baixo que terei o maior prazer em te responder!

Texto de Cátia Damasceno

Cátia Damasceno é Fisioterapeuta especializada em uroginecologia, coach, palestrante e idealizadora do Programa Mulheres Bem Resolvidas.