Você por acaso já riu de fazer xixi na roupa? Ou sentiu que teve um escape de urina quando foi fazer um exercício na academia? Já se molhou ao espirrar?

Todos esses casos, são sinais de incontinência urinária e no artigo de hoje, vou te explicar como resolver esse problema de mostrando as principais causas e as formas de tratamento para essa disfunção.

Descubra se você corre o risco de ter incontinência urinária

O que é incontinência urinária?

A incontinência urinária é uma disfunção miccional que gera muito constrangimento para quem sofre dessa condição. Os escapes de urina involuntários podem atrapalhar o sono e a rotina de modo geral. 

É algo que pode ocorrer com qualquer mulher, inclusive nos homens, mas em bem menor quantidade. Se for o seu caso, não tenha vergonha de buscar ajuda, o profissional indicado para esse caso é o urologista para os homens e ginecologista no caso das mulheres. 

Identificando o escape, mesmo que em pequena quantidade, já é considerado incontinência urinária (IU). Quanto antes você buscar pelo tratamento, mais chances haverá de solucionar o problema.

O assunto é tão importante que a data de 14 de março foi destinada ao Dia Mundial da Conscientização sobre Incontinência Urinária. Durante todo esse mês acontecem campanhas abordando o assunto por todo o mundo.

Ela não precisa fazer parte da sua vida, embora seja muito comum, atingindo 5% da população mundial e ocorre mais entre as mulheres do que entre os homens.  O importante é saber que esse problema já pode ser controlado. 

xixi nas calças: sintoma de incontinência urinária

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Sintomas e causas de incontinência urinária

O envelhecimento por si só, já aumenta a probabilidade de disfunções, justamente porque nessa fase ocorre naturalmente uma queda nos níveis hormonais, podendo ser agravado no período do climatério,  acompanhado da perda de força muscular e alterações na bexiga, sendo assim, os principais causadores de incontinência urinária.

De qualquer forma, pode ficar tranquila que existe tratamento e formas de prevenção, como eu já mencionei anteriormente.

Os exercícios de ginástica íntima vão te auxiliar bastante no ganho de força muscular, justamente porque quando você trabalha a musculatura pélvica, você acaba adquirindo tônus muscular, tratando principalmente os sintomas de flacidez vaginal, incontinência urinária e falta de lubrificação. 

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Causas que geram incontinência urinária

A mulher está mais suscetível a ter incontinência urinária por conta da nossa anatomia, ela infelizmente acaba favorecendo os casos de incontinência urinária. A uretra da mulher é mais curta do que a dos homens.

Os dados da Sociedade Brasileira de Urologia mostram que o problema de incontinência urinária é duas vezes mais comum entre as mulheres do que entre os homens, sendo estimado que cerca de 30% a 40% das mulheres com mais de 40 anos possuem algum grau de incontinência.

Confira as principais causas:

  • Aumento da pressão da barriga;
  • Gravidez;
  • Infecções vaginais;
  • Consequências de algumas cirurgias;
  • Constipação intestinal;
  • Tabagismo;
  • Fraqueza nos músculos pélvicos;
  • Obesidade;
  • Efeito colateral de medicamentos;
  • Exercícios de alto impacto.

Incontinência urinária na gravidez

Muitas gravidinhas se queixam da perda de urina durante a gestação. É uma situação bastante comum e ocorre devido ao crescimento do bebê  que acaba aumentando a pressão da barriga forçando que acaba forçando os ligamentos e os músculos da pelve.

Isso faz com que o útero pressione a bexiga, fazendo com que fique menor o espaço para encher e aumentar de tamanho, gerando aquela vontade forte de urinar a todo instante.

Incontinência urinária na gravidez

Tabagismo também contribui para o risco de incontinência urinária:

É verdade, fumar pode te causar incontinência urinária e outros danos à sua saúde, o cigarro é o responsável por diversos tipos de câncer e doenças do aparelho respiratórios.  

Se você é fumante, é importante saber que o consumo também afeta a condução dos impulsos nervosos pela bexiga, isso porque os componentes do tabaco irritam estes neurônios, podendo resultar em  incontinência de urgência.

Já a nicotina, possui função estimulante do músculo detrusor, responsável pela expulsão da urina.

Infecções vaginais e incontinência urinária

A infecção urinária, que também é conhecida como cistite, quando em estado grave pode gerar perda involuntária de urina. Por isso, fique atenta aos sinais pois o tratamento junto com o seu médico é de extrema importância para a cura da incontinência urinária.

Constipação intestinal e incontinência urinária

O consumo de alimentos com baixo teor de fibras e a ingestão insuficiente de líquidos são os fatores mais frequentemente associados à constipação na população em geral, o que era comum acontecer em idosos também está sendo possível de ocorrer em jovens.

A constipação intestinal em mulheres com Incontinência Urinária (IU) causa um estiramento do reto comprimindo a bexiga. Durante a evacuação intestinal pode ocorrer a lesão da musculatura pélvica e através da distensão traumatizar e causar isquemia muscular.

Com um estilo de vida saudável aliado à prática de atividades físicas e uma alimentação balanceada, você pode alterar alguns fatores de risco dessa condição que é considerada um grande fator de risco para incontinência urinária.

Fraqueza nos músculos pélvicos

Para os músculos do assoalho pélvico desempenharem corretamente as suas funções em nosso corpo, eles precisam estar bem condicionados e terem a força adequada como qualquer outro músculo do corpo. 

A fraqueza desses músculos pode causar ou agravar alguns problemas em nosso organismo como: 

  • Prolapso dos órgãos pélvicos ou prolapso genital: que é a descida da bexiga, reto, ou útero, pressionando a parede vaginal, que nas formas mais graves pode ultrapassar a entrada da vagina.
  • A sensação de que a vagina está mais larga, consequentemente a falta de libido por conta da autoestima que é extremamente afetada.
  • Riscos de incontinência urinária.
  • Perda de desejo sexual.

Por isso, fortalecer os músculos do assoalho pélvico é tão importante. Os exercícios são simples, quase que imperceptíveis, podem ser realizados em qualquer lugar, não tomam muito tempo, levando em média 10 minutos do seu dia  e  são capazes de proporcionar inúmeros benefícios para a sua saúde e mesmo assim muitas mulheres desconhecem a prática desses exercícios. 

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A obesidade também pode resultar em incontinência urinária?

A resposta é sim. O sobrepeso e a obesidade são fatores associados ao maior risco de incontinência urinária, por resultar em aumento da pressão dentro do abdômen, o que sobrecarrega a musculatura da região pélvica facilitando episódios de perda urinária. 

Efeito colateral de medicamentos 

Devemos tomar cuidados com a ingestão de medicamentos e só realizá-los com prescrição médica, isso porque existem substâncias e medicamentos que podem aumentar a frequência urinária e até mesmo causar uma disfunção micciona. Então, tome cuidado com automedicação e caso perceba sinais de escapes de urina, procure o seu ginecologista. 

Exercícios de alto impacto

Eu falei anteriormente que hábitos saudáveis podem ajudar na prevenção e no tratamento de incontinência urinária, parece contraditório, mas alguns tipos de exercício podem levar ao desenvolvimento de incontinência urinária.

Exercícios que exigem muito esforço, por exemplo, geram alto impacto ou aumento da pressão intra-abdominal podendo modificar o mecanismo de continência pela grande força transmitida aos músculos da região pélvica e ao esfíncter urinário.

Mas o que é esse esfíncter urinário? É a parte mais baixa da bexiga, o colo do útero. Basicamente um conjunto de estruturas musculares que atuam com a função de conter a urinária.

Ele permanece contraído para manter fechado o canal que transporta a urina para a uretra, de forma que a urina fica retida na bexiga até estar cheia. Confira a imagem:

Incontinência Urinária: bexiga e o armazenamento de urina ilustrado

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Tenesmo retal e Tenesmo vesical

Essas são condições que se não tratadas podem acabar resultando em risco de incontinência urinária. O tenesmo retal é a vontade intensa de evacuar, mas a sensação é de que não acontece o esvaziamento completo ou sequer acontece a evacuação.  

Já o tenesmo vesical é a sensação de não esvaziar completamente a bexiga após urinar, mesmo com a bexiga vazia. 

O tratamento é feito de acordo com o diagnóstico do médico, mas pode ser apenas uma sensação ou um quadro crônico. O médico especialista é quem vai te auxiliar buscando as causas.  Na maior parte dos casos, é prescrito medicamentos e mudanças saudáveis no estilo de vida.

incontinência urinária : tenesmo retal tenesmo vesical

Conhecendo a anatomia do assoalho pélvico:

O seu assoalho pélvico possui uma estrutura composta por músculos, tecidos, nervos e ligamentos que sustentam a bexiga, o seu útero, a vagina e o reto. Já o períneo, é a parte de baixo, como o seu próprio nome indica: o assoalho. 

Ele é formado por músculos e tecido conjuntivo que ficam na parte inferior da pelve, especificamente localizado entre a uretra e o ânus possui, mais ou menos, o tamanho da palma de uma mão. 

Essa estrutura sofre constante pressão por conta do local em que está localizado em nosso corpo e quando toda essa região não está fortalecida, acaba não funcionando tão bem quanto deveria, na maioria das vezes resultando em incontinência urinária. 

Conhecendo a anatomia do assoalho pélvico

3 medidas para você evitar a incontinência urinária

Às vezes, a perda de urina acaba se tornando mais um problema social do que físico, ninguém quer ficar passando vergonha na academia porque fez um exercício e molhou a calcinha, não é mesmo?  

Confira 3 medidas que podem ser úteis na prevenção da incontinência urinária

  • Busque se alimentar bem para  evitar a obesidade e o sedentarismo;
  • Gestantes,  controlar o ganho de peso durante a gestação;
  • Pratique ginástica íntima para fortalecer o assoalho pélvico.

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Conheça os 3 tipos de incontinência urinária

1. Incontinência urinária de esforço

O sintoma inicial é a perda de urina quando a pessoa tosse, ri, faz exercício, movimenta-se; 

Incontinência urinária de urgência: mais grave do que a de esforço, caracteriza-se pela vontade súbita de urinar que ocorre em meio às atividades diárias e a pessoa perde urina antes de chegar ao banheiro

2 . Incontinência mista

Associa os dois tipos de incontinência acima citados e o sintoma mais importante é a impossibilidade de controlar a perda de urina pela uretra

3. Enurese noturna

É a incontinência que ocorre durante o sono. O exemplo mais típico é o da criança que faz xixi na cama. Embora a maioria das crianças já tenha aprendido a controlar a micção em torno dos três aos quatro anos de idade, considera-se normal que algumas crianças ainda urinem na cama até os cinco ou seis anos.

Tratamento para incontinência urinária: 

Existem tratamentos para  incontinência urinária, mas tudo depende do tipo, da gravidade e da causa implícita, por isso é necessário procurar ajuda médica quando detectado os sintomas.

Em alguns casos, pode ser necessária uma combinação de tratamentos, podendo incluir:

  • Mudanças comportamentais e de estilo de vida, como evitar excesso de líquidos durante o período da noite;
  • Realizar micções de tempos em tempos sem esperar que a vontade de urinar aperte;
  • Praticar os exercícios de ginástica para fortalecer o assoalho pélvico;
  • Tratar obstipação e outros problemas clínicos como diabetes e obesidade;
  • Incluir fisioterapia para o assoalho pélvico e bexiga com um profissional indicado por seu ginecologista.
  • Também existem medicamentos com ótima eficácia e em casos mais complexos já temos procedimentos cirúrgicos com baixo risco e rápida recuperação.

Não pense que incontinência urinária é um mal inevitável, se os sinais forem tratados como deve, a sua qualidade de vida pode melhorar bastante. 

Cirurgia para incontinência urinária feminina:

A cirurgia para incontinência urinária feminina que tem se destacado é feita com a colocação de uma fina faixa cirúrgica chamada TVT – Tension Free Vaginal Tape ou TOV – Tape and Trans Obturator Tape, também chamada de cirurgia de Sling, que é colocada sob a uretra para a apoiar, buscando aumentar a capacidade de segurar a urina.

Nos homens com incontinência urinária de esforço (na maioria das vezes após cirurgia de próstata), as cirurgias de sling ou implante de esfíncter artificial podem ser opções eficazes.

Em todos os casos, tudo vai depender do diagnóstico do seu ginecologista e no caso dos homens, do urologista.

Diferença entre Pompoarismo e Fisioterapia íntima

Você já deve ter notado que pequenas mudanças no seu dia a dia podem fazer toda a diferença na sua saúde e qualidade de vida.  Busque fortalecer a sua musculatura pélvica com a ginástica íntima evitando várias disfunções.

Dê o primeiro passo para grandes mudanças, que, com certeza, só trarão benefícios a você e ao apresentar sinais de incontinência urinária, procure a sua gineco, para realizar o diagnóstico e te apresentar a melhor forma de tratamento para o seu caso.

Um super beijo e até o próximo assunto.

Texto de Cátia Damasceno

Cátia Damasceno é Fisioterapeuta especializada em uroginecologia, coach, palestrante e idealizadora do Programa Mulheres Bem Resolvidas.