Você já comparou a sua vida sexual com uma viagem de carro? À primeira vista, pode parecer estranho unir essas duas coisas aparentemente distintas, mas acredite: alguns conceitos e esclarecimentos podem vir à tona com associações a coisas banais, e no sexo não é diferente. Você já parou pra pensar se você tem uma vida sexual saudável? Por isso, no artigo de hoje você vai descobrir que:

  • Não existe uma receita pronta para uma vida sexual saudável;

  • Alguns parâmetros podem ser usados para avaliar a sua vida sexual;

  • Levar em conta a sua felicidade e a do seu parceiro é essencial para ter uma vida sexual saudável.

Para chegar a esses pontos, eu preparei 5 perguntas que podem lhe ajudar a analisar como você vem lidando com o sexo e a definir se a sua vida sexual é saudável ou então está em decadência.

Vamos lá?

vida sexual saudável

Como ter uma vida sexual saudável?

1. Você vai pra cama só pra satisfazer o outro?

O sexo é uma via de mão dupla, e quando eu digo isso, é porque você pode escolher a aceleração, passar da velocidade máxima permitida, ultrapassar em faixa contínua – só não vale andar na contramão para acompanhar o outro. O que isso quer dizer? Que já se foi o tempo que a mulher ia para a cama apenas para satisfazer o desejo do homem.

Em alguns momentos da vida, é normal que nós nos vejamos numa encruzilhada com vários caminhos para escolher, mas, nessa rota, você é o seu próprio GPS. Ninguém mais pode lhe dizer o que é certo ou errado, do que você gosta ou não, como gosta.

Antes de tudo, o sexo deve ser sinônimo de reciprocidade. Você dá e recebe prazer, e se nessa conta de 1+1 o resultado não for 2, é hora de reduzir a marcha, parar no acostamento e repensar o trajeto.

Por isso, questione-se. Não se deixe acomodar porque a estrada está plana, em linha reta. Uma vida sexual saudável tem curvas acentuadas e alguns desníveis, afinal, é por conta deles que sentimos a adrenalina da viagem. Portanto, se você não está sentindo frio na barriga, recalcule a rota para encontrar o caminho que leva à direção certa.

2. Os dois tomam iniciativa?

Eu gosto sempre de comparar a iniciativa em relação ao sexo com uma viagem longa de carro, passando por várias cidades e com muitos e muitos quilômetros pela frente. De certa forma, ela representa bem o que é um relacionamento: os dois, lado a lado, indo para uma mesma direção.

Agora, quando somente um toma a iniciativa para assumir o volante, a viagem, que deveria ser prazerosa, acaba ficando cansativa, chata e os pontos negativos ganham mais destaque do que as belas paisagens e os momentos vividos dentro do carro.

Um dos sinais que sua vida sexual é saudável é quando você e seu parceiro tomam a iniciativa na hora da cama e demonstram claramente que estão com tesão, e que desejam um ao outro. É claro que, quando eu falo em tomar a iniciativa, não necessariamente significa que alguém tenha que pular em cima do outro com unhas e dentes, ou que todas as transas vão ser recheadas de surpresas e com ares de filme pornô.

Com o tempo, os casais vão aprendendo a se conhecer e, principalmente, a ler os sinais do parceiro.  Também é comum que um seja menos tímido e mais solto, e que acabe assumindo o papel de tomar a iniciativa: o que é importante, sempre, é se policiar para que isso não se transforme em regra. Não ter o hábito de tomar a iniciativa não significa perda de interesse no outro, mas com certeza acaba favorecendo para que uma rotina seja estabelecida e que o sexo fique previsível e monótono.

E não se engane, rotina e monotonia são ingredientes certeiros para que sua vida sexual saudável desande ladeira abaixo!

rotina sexo

3. Vocês falam abertamente sobre a vida sexual?

A gente já falou por aqui sobre o mito da bola de cristal e como seria fácil, mas ao mesmo tempo chato, se soubéssemos tudo o que outro pensa e deseja. E não tem outra forma de descobrir e conhecer o parceiro se não promovendo o diálogo.

É exatamente por isso que eu pego no pé de muitas mulheres que descartam um homem depois da primeira transa porque não gostaram do seu desempenho.

O sexo não tem manual, e muito menos você, acredite nisso.

Eu sei que, de primeira, tomar a iniciativa para conversar sobre o que deu ou não certo na transa pode parecer difícil, principalmente depois dela. Agora, se durante, você perceber que as coisas estão indo por um lado que não está legal, uma ordem sussurrada ao pé do ouvido pode ser a solução para todos os problemas, e ainda servir como um ingrediente picante pro sexo.

Se eu defendo o diálogo já nas primeiras idas pra cama, você pode imaginar os resultados que ele traz pros relacionamentos duradouros! O sexo não é só instinto. Além dele, vão para cama com você o cheiro, o gosto, a visão, o toque, a pele, e não existe ingrediente melhor para alinhar todos esses pontos do que a fala.

Voltando ao exemplo da viagem de carro, o que seria dela se não houvesse o direcionamento pelas placas e mapas? Portanto, para ter uma vida sexual saudável, a conversa deve ser a melhor a amiga do casal: tanto para resolver atritos quando para atiçar o desejo durante o sexo.

4. A frequência sexual satisfaz os dois?

Sempre me perguntam se quantidade é sinônimo de qualidade. Sinceramente, eu não sei responder com exatidão a essa pergunta. Porque o que é bom pra mim, pode não ser para o outro, da mesma forma que quantidade não é uma unidade de medida fixa. Se eu disser que, durante a tal viagem longa de carro, satisfaço minha fome com apenas uma parada, sempre vai ter alguém que afirme que, para isso, é necessário, no mínimo, duas.

Quem sou eu pra falar que fazer sexo uma vez por semana é pouco? Apesar do senso comum defender que mais é mais, no meu ciclo de amizades tenho o exemplo de mulheres felizes e realizadas com essa quantidade, e que, acredite, não sentem a menor vontade de aumentar essa frequência. O fantástico nisso tudo é que elas vão contra todos os modelos pré-estabelecidos socialmente, conversam sobre isso com seus parceiros e estão em paz com a vida que têm.

E o segredo para saber se você tem uma vida sexual saudável em relação à frequência do sexo é esse mesmo: estar feliz e satisfeita, sabendo que o seu parceiro também está.

dialogo no sexo

5. Existe a preocupação em inovar?

Esqueça os roteiros de filmes pornô e as grandes produções por trás dessa indústria. Inovar significa surpreender, e de novo, não há receita para isso. Eu costumo ressaltar a importância das pequenas coisas, dos detalhes que fazem com que o sexo fique apimentado e fuja da rotina do casal.

E nessa proposta são válidas todas as iniciativas: uma lingerie ousada, uma provocação em situações inusitadas, um jantar que não estava programado. Quando, de ambas as partes, existe a preocupação de inovar pegando alguns atalhos durante a viagem, cortar rotas e acelerar mesmo quando isso pode parecer perigoso, fique tranquila, porque é sinal de que você está no caminho certo.

Dica

Normalmente as mulheres conseguem ser mais criativas na hora de investir no sexo e sabe uma coisa que deixa os homens aos seus pés? Um sexo oral bem feito! Mostre a ele que você tem aprendido coisas novas e o estimule a descobrir o que você gosta.

E eu posso te garantir por experiência própria que não há nada melhor do que inovar e surpreender seu parceiro. O sexo fica muito mais divertido e vocês podem descobrir coisas incríveis juntos! Este é um dos passos mais importantes para uma vida sexual saudável.

lingerie sexo

O bom de responder a essas 5 perguntas é que, se as suas conclusões acabarem lhe levando à decisão de que se deve acelerar um pouco mais ou reduzir a marcha em alguns pontos, você já sabe por onde começar, certo?

O mais importante é que você saiba que mais do que se encaixar em padrões e modelos já estabelecidos sobre vida sexual saudável, é preciso que a sua lhe faça feliz e que proporcione prazer. O resto, você corre atrás nas próximas viagens.

O que achou destas dicas? Está pronta para dar uma guinada no seu relacionamento e ter uma vida sexual saudável desde agora? Vamos conversar nos comentários. Super beijo!

Texto de Cátia Damasceno

Cátia Damasceno é Fisioterapeuta especializada em uroginecologia, coach, palestrante e idealizadora do Programa Mulheres Bem Resolvidas.