Hoje, eu quero conversar com você sobre um assunto que é bastante delicado para muitas mulheres: a anorgasmia.

Recebo inúmeras perguntas em relação ao orgasmo, muita gente querendo saber como torná-lo mais intenso, como ter orgasmos múltiplos, e, recebo também muitas perguntas de casos mais complicados de mulheres que nunca tiveram um orgasmo, que não sabem o que fazer para alcançar o clímax. 

O que muitas não sabem é que elas podem estar sofrendo de uma disfunção sexual que faz com a mulher tenha dificuldades ou sequer chegue no ápice da relação.

Se esse é o seu caso, esse artigo é para você. Anorgasmia é o tema de hoje, confira os tópicos que vamos trabalhar:

  • O que é anorgasmia?
  • Quais são as causas da anorgasmia? 
  • Orgasmo feminino explicado
  • Ciclo de resposta sexual
  • Autoconhecimento é fundamental no combate a  anorgasmia
  • Como o pompoarismo ajuda no processo de autoconhecimento e combate a anorgasmia
  • Aula de pompoarismo para incitantes
  • Conheça os fatores que podem provocar a anorgasmia
  • Você merece ter orgasmos

O que é anorgasmia?

Considerado o segundo problema sexual mais frequentemente relatado pelas mulheres, perdendo apenas para falta de libido, a anorgasmia é uma doença séria que impossibilita mulheres de chegarem ao ponto máximo de prazer durante suas relações sexuais.

Mesmo havendo estímulos sexuais  prazerosos durante as preliminares. Consequentemente, temos um problema pois a diminuição do desejo sexual acaba surgindo diante das frustrações.

Essa dificuldade em atingir o orgasmo tem como principal causa fatores psicológicos, mas também pode estar relacionado a questões físicas, podendo ser algo orgânico, como baixo nível hormonal, ou até mesmo o uso determinados medicamentos podem levar a anorgasmia. Nesses casos, um médico deverá ser procurado para  poder prescrever o tratamento ideal.

anorgasmia

Quais são as causas da anorgasmia? 

Pode parecer estranho, mas a anorgasmia também pode ocorrer com homens, sendo muito mais comum entre as mulheres.

As causas são as mesmas para ambos os sexos: ansiedade, depressão, o uso de medicamentos, estresse, a falta de consciência corporal, entre outros fatores podem interferir diretamente nas sensações de prazer que caracteriza o orgasmo, podendo resultar em dor durante o sexo e desconfortos, fazendo com quem sofre dessa disfunção fique mais retraída e sem e com baixa libido.

Por isso, eu quero que você confira a entrevista que fiz para o Programa Mulheres da TV Gazeta, onde falo bastante a respeito da anorgasmia feminina. E toda a dificuldade ou incapacidade que a mulher tem em chegar ao orgasmo.

Orgasmo feminino explicado:

Descubra como chegar ao orgasmo com maior facilidade clicando aqui!

Segundo pesquisa realizada pelo Pro Sexo – Programa de Atendimento Sexual do Hospital das Clínicas de São Paulo, 78,8%das mulheres Brasileiras relatam alguma insatisfação na vida sexual.

No Brasil, 8,2% das mulheres se queixam de absoluta falta de desejo sexual; 26,2% não atingem o orgasmo; 26,6% têm dificuldade de excitação e 17,8%, dispareunia (dor durante a relação).

A maioria das mulheres só conseguem chegar ao orgasmo com a estimulação clitoriana, na masturbação ou com sexo oral, mas não na penetração. Também existem os casos de mulheres que nem mesmo sabem se já chegaram ao orgasmo.

Eu costumo dizer que se você não sabe se já teve ou não um orgasmo, é bem provável que você nunca tenha chegado lá, quando você conseguir, pode ter certeza que você vai saber o como é.

Ciclo de resposta sexual

Para você deixar a anorgasmia no passado é preciso que você compreenda o ciclo de resposta sexual feminina que acontece em 3 etapas, exatamente na sequência abaixo. É preciso que você descubra em qual dessas etapas está ocorrendo o bloqueio:

  1. Desejo
  2. Excitação 
  3. Orgasmo

Primeira fase: Desejo

O desejo é despertado por estímulos sensoriais: o toque do seu parceiro, o perfume dele exalando, a voz no seu ouvido dizendo o que você quer ouvir, mas também pode acontecer pela memória de alguma vivência sexual, uma fantasia erótica, por exemplo. Ele é constituído por 3 componentes.

Impulso sexual: ao contrário do que se possa imaginar, é o androgênio (testosterona), e não o estrogênio, que fornece a base hormonal para essa etapa.

O impulso é a resposta desse hormônio ao desejo, resultado na excitação fisiológica e na tensão psicossomática.

Motivação: refere-se ao lado psicológico e a relação entre a mulher e o alvo de seu desejo;

Vontade: refere-se ao contexto, portanto é a forma como a pessoa exterioriza esse desejo. Já no seu corpo, essa fase do ciclo tem algumas características:

  • Aumento do fluxo sanguíneo para a região vaginal
  • resultando no inchaço do clitóris, das paredes vaginais e dos pequenos lábios
  • seios mais cheios e mamilos endurecidos ou eretos
  • respiração e frequência cardíaca aceleradas
  • aumento da tensão muscular, lubrificação e vaginal

Segunda fase: Excitação 

A gente costuma pensar que desejo e excitação são a mesma coisa, mas no ciclo da resposta sexual feminina, o desejo é a resposta a um estímulo ocasionado antes da excitação.

Um exemplo é quando o parceiro começa a estimular a mulher, e os movimentos vão se intensificando e as sensações aumentando. O corpo começa a se manifestar de outra forma:

  • O clitóris fica altamente sensível e até doloroso ao toque, além de retrair-se para evitar estímulos diretos do pênis
  • O aumento do fluxo sanguíneo faz o inchaço vaginal aumentar, e as paredes vaginais ficam roxas
  • A respiração, a frequência cardíaca e a pressão sanguínea continuam a aumentar
  • Espasmos musculares podem começar nos pés, rosto e mãos
  • A tensão muscular aumenta

Terceira fase: Orgasmo

O ponto alto da resposta sexual feminina. É a mais intensa e curta das duas fases: dura apenas alguns segundos, resultado de uma experiência sexual, que pode ser acompanhada ou sozinha.

Algumas mulheres são privilegiadas e também podem ser multiorgásticas, ou seja, podem sentir um orgasmo atrás do outro sem perder seu nível de excitação sexual. As sensações do orgasmo no organismo:

  • A pressão sanguínea, os batimentos cardíacos e a respiração ficam mais rápidos e intensos, com uma rápida ingestão de oxigênio
  • Há liberação repentina e vigorosa de tensão sexual
  • O útero também passa por contrações rítmicas
  • Ocorre contrações musculares involuntárias
  • Os músculos da vagina se contraem
  • Espasmos nos músculos nos pés

Fato é que a mulher que sofre de anorgasmia, não necessariamente sofre de baixa de libido, a falta de desejo.  Por isso, o autoconhecimento é fundamental para saber em qual fase você está sofrendo um bloqueio que te impede de chegar aos orgasmos.

Muitas mulheres relatam se sentirem culpadas e ficam preocupadas quando não chegam ao orgasmo, algumas inclusive, dizem que os parceiros cobram isso delas, o que é um grande erro! 

Quanto mais a mulher procura obter o orgasmo, mais difícil ele se torna, chegando ao ponto de com o passar do tempo, acabar perdendo o interesse pelo sexo, passando a evitar as relações e comprometendo o relacionamento. O importante é diminuir a pressão, relaxar e principalmente se conhecer.

Autoconhecimento é fundamental no combate a  anorgasmia

Você sabia que a incapacidade de ter orgasmos ocorre principalmente em razão da falta de conhecimento a respeito do próprio corpo?

O autoconhecimento é fundamental para mulheres que necessitam ter autoconfiança e acreditar mais em si mesmas.

É através do autoconhecimento que você vai atingir orgasmos com o seu parceiro ou sozinha, mas para isso você precisa saber o que te faz arrepiar, o que te dá tesão, a posição que você de ser penetrada, a intensidade da penetração. Se você não sabe o que gosta fica muito mais difícil.

E, hoje, o que não falta são opções para te auxiliar nessa descoberta. Experimente usar acessórios sexuais para sentir novas sensações, conversar mais com o seu parceiro sexual sobre o que você gosta, teste novas posições durante o sexo.

Eu abordo bastante o processo de autoconhecimento no meu curso de ginástica íntima, pois é algo extremamente importante na vida das mulheres que buscam ter uma vida harmoniosa tanto na cama quanto fora dela.

E se você passou por alguma situação difícil que gerou um trauma, receio ou vergonha e sente que não consegue lidar com isso sozinha, procure ajuda médica e psicológica, não sofra sozinha. 

Como o pompoarismo ajuda no processo de autoconhecimento e combate a anorgasmia:

Assim como várias outras práticas de exercícios, a ginástica íntima  incentiva o autoconhecimento sexual das mulheres. Por isso, é tão recomendado por psicólogos, fisioterapeutas pélvicos,  médicos e ginecologistas de todo o mundo para pacientes que sofrem de anorgasmia.

Esse incentivo ao autoconhecimento que o pompoarismo estimula nas mulheres é que faz com que o sexo seja  prazeroso. Com a prática, você acaba conhecendo melhor os seus limites e passa a lidar melhor com a sua própria sexualidade, deixando a vergonha e os tabus de lado.

Se você sofre de anorgasmia, faça um teste, comece a praticar os exercícios. Tenho várias alunas que relatam sentir os benefícios da prática logo na primeira semana. Mulheres que sentem dor na hora do sexo, por conta da anorgasmia, conseguem relaxar a  vulva e aliviar as tensões da região pélvica. Outro benefício da prática é a facilidade em se ter múltiplos orgasmos.

Curso de pompoarismo com Cátia Damasceno. Clique aqui para conferir!

Aula de pompoarismo para iniciantes

Clique aqui e saiba mais sobre o Curso de Pompoarismo Feminino para alcançar orgasmos mais intensos.

Conheça os fatores que podem provocar a anorgasmia

1 – Fingir Orgasmo

Fingir o orgasmo é uma péssima alternativa e pode resultar em anorgasmia. A maioria das mulheres que fingem orgasmos se baseiam em dois motivos. O primeiro é para não desmotivar ou magoar o parceiro, e o segundo, para que a relação acabe logo. 

A verdade é que fingir é uma péssima ideia, primeiro porque o seu parceiro pode acabar percebendo, e se isso acontecer, você vai magoá-lo ainda mais, ou pior ainda, ele pode acreditar e vai continuar fazendo tudo do mesmo jeito, e desse jeito você não está conseguindo chegar lá.

E quando você finge, você fortalece a crença de que você é incapaz de chegar ao orgasmo, ou seja, o seu cérebro passa a acreditar de que você não pode de ter um orgasmo, e amiga se o seu cérebro não acredita nisso, vai ficar quase impossível de você liberar o fluxo que permite o orgasmo acontecer.

2 – Apego aos tabus

A educação rígida e a repressão sexual geram profundas obstruções em relação ao sexo, que passa a ser visto como algo errado e sujo, isso com certeza bloqueia o prazer e tira a concentração da mulher no momento presente.

Às vezes é necessário a busca por ajuda psicológica para conseguir seguir em frente e deixar essas crenças limitantes no passado.

3 – Estresse

O estresse e as preocupações do dia a dia bloqueiam o relaxamento e não deixam a mulher se concentrar no momento presente.

O sexo é ao mesmo tempo um ato físico e emocional, para o prazer fluir, seu corpo físico precisa estar funcionando bem, mas os fatores psicológicos também são fundamentais.

A mulher precisa estar focada no ato sexual, para sentir cada toque, cada carícia e ir se abrindo a cada estímulo.

4 – Falta de atração

Esse fator é mais constante nas mulheres que sofrem de anorgasmia secundária, ou seja, as que já tiveram orgasmo com facilidade no passado, mas que agora sentem dificuldade em chegar ao ápice do prazer.

É natural que toda aquela química e o tesão do início do relacionamento esfriem com o tempo, mas vai ser difícil chegar ao orgasmo se você não resgatar o sentimento de atração pelo parceiro. Noites românticas, surpresas eróticas e novidades na cama são ótimas estratégias para reacender o tesão do relacionamento.

5 – Problemas de saúde

Várias doenças e problemas de saúde podem interferir no interesse da mulher pelo sexo e bloquear a possibilidade de um orgasmo surgir.

Infecções vaginais e doenças no colo do útero podem prejudicar a lubrificação, gerar desconforto na penetração, dor durante a relação e consequentemente a anorgasmia. 

Doenças como diabetes e alterações hormonais, diminuem a sensibilidade da mulher e atrapalham a condução do estímulo físico enviar a mensagem para o cérebro.

Se você tem um problema de anorgasmia, é muito importante que você converse abertamente sobre isso com o seu médico e ginecologista, eles vão te ajudar a investigar e descobrir se existe algum problema fisiológico, e geralmente os problemas fisiológicos são os mais simples de serem tratados.

6 – Falta de consciência corporal

A falta de conhecimento do próprio corpo é um problema, muitas mulheres nunca se tocaram e que realmente nunca pararam para explorar os prazeres que o seu próprio corpo oferece.

Tocar a vagina, os seios e o corpo de forma geral, é fundamental para descobrir os pontos de prazer, para inclusive poder orientar o parceiro. A falta de sensibilidade na vagina também atrapalha bastante.

O clitóris oferece muito prazer a mulher, mas a penetração também, e são poucas as mulheres que conseguem chegar ao orgasmo vaginal, exatamente pela falta de consciência vaginal. A ginástica íntima ajuda muito a desenvolver essa habilidade de orgasmo vaginal.

7 – Flacidez vaginal

A sua região íntima é composta por uma estrutura muscular chamada assoalho pélvico. Essa estrutura tender a começar a ceder a partir dos 20 anos de idade. Ou seja, em média, a partir dos 20 anos de idade, a mulher que nunca exercitou a musculatura vaginal tende a sofrer com a flacidez vaginal.

Quando a vagina está mais flácida, a sensação da penetração do pênis é menos intensa, tanto para o homem, que consegue perceber essa frouxidão, quanto para a mulher.

Com o canal vaginal mais largo, a penetração é menos prazerosa. A ginástica íntima também é uma ótima prática para tratar e prevenir esse problema.

8 – Medicamentos

Antidepressivos, diuréticos, medicação para úlcera gástrica e anticoncepcionais são medicamentos que inibem a libido, ou seja, o desejo pelo sexo.

Os anticoncepcionais inibem a ovulação e, com isso, diminuem a libido”, já os outros medicamentos atuam no sistema nervoso central, diminuindo o hormônio responsável pelo prazer. E conversar sobre isso com o médico e com o ginecologista é fundamental, às vezes uma simples substituição de medicamento pode solucionar o problema.

9 – Uso abusivo de álcool

Algumas mulheres gostam de tomar um vinho ou alguns drinques para se soltar durante o sexo, e realmente isso pode ajudar. Mas o fato é que o exagero no álcool diminui a capacidade sensorial da mulher, que vai ficar menos sensível aos estímulos físicos que são fundamentais para que o orgasmo aconteça.

10 – Ciclo menstrual

O prazer sexual pode variar de acordo com o seu ciclo. Na semana da menstruação, a sua libido pode ficar maior devido aos altos níveis hormonais, principalmente estrógeno e testosterona.

Com o aumento de circulação sanguínea na região da pélvis, o clitóris também fica mais sensível e é mais fácil chegar ao orgasmo. Uma semana após a menstruação, os níveis hormonais continuam altos e o seu corpo começa a se preparar para a ovulação, que ocorre aproximadamente 14 dias após a menstruação.

Nesse período, a lubrificação vaginal está maior, favorecendo a penetração e trazendo mais conforto à mulher, que fica mais relaxada para ter orgasmos. No meio do ciclo, ocorre a ovulação e pode ser um período doloroso para a mulher, menos favorável à relação sexual. Já na semana que antecede a menstruação, ocorre a queda da libido e TPM, sendo uma fase bem mais difícil de chegar ao orgasmo.

11 – Trauma de violência sexual

Mulheres que já foram vítimas de violência sexual necessitam de acompanhamento médico de rotina, com suporte psicológico e orientação sexual. “Não tenha medo ou vergonha de falar sobre o que aconteceu e converse com o seu ginecologista”. Em vez de relaxar e aproveitar a relação sexual, a mulher pode relembrar cenas tristes que aconteceram, interferindo na libido. O apoio profissional irá minimizar esses traumas e preparar a mulher para uma vida sexual saudável.

12 – Baixa autoestima

Problemas como depressão e falta de autoestima inibem a produção da ocitocina e podem causar a anorgasmia. A Ocitocina é conhecida como o “hormônio do prazer”, esse hormônio melhora a libido, a performance sexual e os orgasmos. Em mulheres, especificamente, a Ocitocina estimula a lubrificação vaginal e facilita o orgasmo.

Existem também, alguns fatores que melhoram a produção e a ação da Ocitocina: contato físico, abraços, massagens, barulho, leitura, canto, intercursos sexuais, atividade física moderada e regular, alimentação balanceada (sem restrição calórica e rica em frutas, vegetais, carne, frango, ovos e peixe), momentos de diversão e relaxamento.

Você merece ter orgasmos!

anorgasmia, falta de orgasmo

São muitos os casos de mulheres que se identificam com um ou vários desses fatores que provocam a anorgasmia, se isso acontecer com você, não precisa ficar desesperada, a solução é mais simples do que você imagina. 

Vá trabalhando aos poucos o aperta e solta, a sua autoestima que com certeza vai te ajudar bastante a chegar ao orgasmo com mais facilidade.

Afinal de contas, você mulher também pode e merece sentir orgasmos, quem sabe até mesmo orgasmos múltiplos, nada de sexo só para agradar o parceiro.

Espero que tenha gostado do conteúdo de hoje. Deixa aqui nos comentários o que você achou, se ficou alguma dúvida pode deixar aqui que vou te responder com o maior prazer. 

Um super beijo!

Texto de Cátia Damasceno

Cátia Damasceno é Fisioterapeuta especializada em uroginecologia, coach, palestrante e idealizadora do Programa Mulheres Bem Resolvidas.