Sabe aquela sensação de que o sexo é incrível, mas no fundo tem algo errado? Que você sai da cama fisicamente satisfeita, mas emocionalmente desgastada? Fique atenta: isso é sinal que você pode estar se envolvendo com um narcisista.
Nem sempre o prazer vem sozinho. Às vezes, ele vem carregado de manipulação, controle e abuso. E quando o parceiro é narcisista, o sexo vira mais uma armadilha do que conexão.
Esse papo é pra você que já se pegou presa num ciclo de “sexo bom, relacionamento ruim”. Ou pra você que quer aprender a identificar esses sinais antes de cair numa furada. Vamos abrir os olhos e, mais importante: tomar de volta o controle do nosso prazer. Vem comigo.
Afinal, como reconhecer um narcisista?
Primeira coisa: não é porque o cara se olha muito no espelho ou posta selfie na academia que ele é narcisista. Narcisismo de verdade é quando a pessoa usa os outros pra alimentar o próprio ego — e isso inclui a relação, o sexo, as brigas, tudo. Ele vai manipular, sugar, controlar… e deixar você se sentindo sempre errada, mesmo quando está certa.
E sim, tem diferença entre ter traços narcisistas e ter o transtorno diagnosticado. Mas vamos combinar? Se ele te trata como extensão do ego dele e não como uma parceira, já tá tudo errado. Diagnóstico não é desculpa para abuso.
Além disso, o narcisista tem uma habilidade absurda de inverter as coisas. Ele transforma erros em charme, grosseria em franqueza, frieza em “maturidade”. E você começa a duvidar de si mesma. Esse é o maior risco: a manipulação emocional tão sutil que parece amor.
Se você se pega sempre justificando o comportamento dele com frases tipo “mas ele teve uma infância difícil” ou “é só o jeito dele”, para tudo. Não é seu papel salvar ninguém. É seu dever se proteger.
Sinais clássicos de um narcisista no relacionamento
- Ele sempre precisa estar certo
Mesmo quando erra feio, ele dá um jeito de virar o jogo e te fazer pedir desculpas. - Nunca assume a responsabilidade
É sempre culpa do outro, do chefe, da ex, do trânsito… menos dele. - Te elogia só pra depois te criticar
Hoje ele diz que você é linda. Amanhã diz que “você tá se descuidando”. É o famoso “bate-assopra”. - Usa o sexo como moeda de troca
Transa como se fosse um prêmio por você se comportar ou uma punição por não fazer o que ele quer. - Adora parecer o herói na frente dos outros
No Instagram é o namorado perfeito. Mas quando a porta fecha, o clima muda completamente. - Faz você duvidar da própria memória
Diz que você exagerou, que entendeu errado, que tá “muito sensível”. Isso é gaslighting. - Controla suas roupas, seus amigos, suas redes sociais
Mas se você reclamar, ele diz que é “só cuidado” ou “ciúme saudável”. - Te isola aos poucos das suas amizades e da família
Do nada, você começa a se afastar das pessoas que mais te apoiam — e nem percebe quando isso começou. - Finge ser empático, mas não sustenta
No começo, parece sensível, te escuta, se importa. Depois, se mostra frio, indiferente e até cruel. - Precisa te diminuir pra se sentir maior
Ele só se sente forte se você estiver se sentindo fraca, confusa ou insegura. - Usa seus traumas ou inseguranças contra você
Aquilo que você contou em um momento de vulnerabilidade, ele joga na sua cara numa briga. - Só te procura quando quer algo
Afeto, carinho e atenção só vêm quando ele quer sexo, ajuda ou quando você ameaça ir embora. - Quer ser o centro do seu mundo, mas não te coloca no centro do dele
Você vive por ele, mas ele vive por… ele mesmo. - Tem um charme que beira o hipnótico
Sabe envolver, encantar, prometer mundos. Mas entrega migalhas. - Você vive pisando em ovos perto dele
Nunca sabe se vai agradar ou irritar. O humor muda do nada, e você vive tentando “não provocar”.
E na cama? É tudo sobre ele (e só sobre ele)
Narcisista adora controlar. Até o sexo. Ele decide quando, como e se vai rolar. Seu prazer? Não é prioridade. Ele quer te impressionar, mas não te satisfazer. O sexo vira performance pra ele se sentir o fodão — e você que lute.
E tem mais: ele pode usar o sexo como moeda. Se você fizer o que ele quer, vem o prêmio. Se bater de frente, vem o castigo: frieza, rejeição, punição silenciosa. Isso não é tesão. É chantagem emocional com roteiro pornô.
Não espere cumplicidade. Ele não faz sexo com você, ele faz sexo em você. É o palco dele, o show dele, e você é só parte do cenário. Às vezes, até os elogios são sobre ele mesmo — tipo “viu como eu sou bom?”, “ninguém te fez gozar assim”.
E se você tentar falar sobre o que gosta ou não gosta, ele vai rir, te cortar ou mudar de assunto. Porque para ele, o prazer é unilateral. E qualquer tentativa de conversa vira ameaça ao ego inflado.
Dois tipos de narcisistas na cama
1. O egocêntrico clássico
Esse é o “rei da performance”. Faz poses, se admira, acha que tá abalando. Mas esquece que você existe. Se preocupa mais com o próprio gozo do que com o seu prazer. Você é figurante na peça dele.
Ele pode até ter um sex appeal irresistível, mas o foco é sempre ele mesmo. Não existe conexão. Existe vaidade. Ele tá mais interessado em contar vantagem pros amigos do que em saber se você gostou.
No fundo, o que ele quer é plateia. Ele transa pra ter aplauso, não pra ter troca. E quando você percebe isso, já tá emocionalmente envolvida — e achando que o problema é você.
2. O manipulador camaleão
Esse é mais perigoso. No começo, parece perfeito: ouve, beija do jeito certo, te estuda. Mas tudo tem uma intenção: te prender. Ele cria o melhor sexo da sua vida pra depois usar isso contra você. O paraíso vira prisão — e você nem percebe quando foi parar lá.
Ele vai dizer que “ninguém te conhece como ele”, que “só ele te faz sentir assim”. E você começa a acreditar. Porque o sexo é mesmo bom. Mas é um bom calculado. Feito pra te viciar.
E quando você tenta sair da relação, ele ativa o modo sedutor: reaparece com uma noite perfeita, cheia de promessas vazias. E você volta, achando que agora vai. Spoiler: não vai.
Quando a cama vira palco de abuso
O problema é que o sexo com narcisista pode começar com fogo e terminar em queimadura. Aquela “ousadia” que parecia divertida vira uma obrigação. Ele começa a pedir vídeo, exposição, práticas que você não quer — e quando você diz “não”, ele vira o jogo: “Tá fria?”, “Você mudou”, “Tem outra pessoa?”
Spoiler: o que mudou foi a sua coragem de se posicionar.
E quando você tenta colocar limites, ele transforma isso em drama. Te chama de careta, de insegura, diz que você está reprimida. Tudo isso pra te convencer a continuar se submetendo a coisas que você não quer.
É o fetiche dele acima da sua integridade. E isso não tem nada de sexy — tem tudo de violento. Quando o seu desconforto é ignorado, não tem consentimento. Tem violação.
Gaslighting sexual: o “não” que vira culpa
O narcisista adora inverter a lógica. Se você recusa algo, ele planta a dúvida: “Será que sou eu o problema?” Aí vem a culpa, a insegurança, a tentativa de compensar. Você acaba cedendo para manter a paz. Mas paz comprada com o próprio corpo é prisão.
Ele vai te fazer acreditar que você é frígida, que está estranha, que não está fazendo sua parte. E assim, o sexo que deveria ser desejo vira moeda de troca. Você se sente usada e ainda se culpa por isso.
Esse tipo de manipulação é silenciosa, mas corrosiva. Vai apagando sua autoestima aos poucos, até você não reconhecer mais quem era. Sexo sem respeito não é sexo. É abuso com nome bonito.
O sexo de reconciliação
Já notou que, depois de uma briga, o sexo fica mais intenso? Isso não é paixão. É tática. Ele te destrói num dia e te leva pro céu no outro — pra te manter presa nesse ciclo doente. A cada reconciliação, você se afasta mais de si mesma.
Esse “sexo de fazer as pazes” vem cheio de emoção, lágrimas, promessas. Mas é só mais uma camada do ciclo de abuso. É o reforço emocional que ele usa pra colar os pedaços que ele mesmo quebrou.
E aí você se pega desejando brigar, só pra ter aquela sensação de conexão de novo. Isso é dependência. Não é amor, nem tesão. É vício emocional mascarado de romance.
Se só existe conexão na cama, tem algo errado
Vamos deixar claro: sexo bom não segura relacionamento ruim. Se a única hora em que você sente afeto, carinho ou validação é transando, acende o alerta. Amor de verdade vive fora da cama também.
Se ele é frio, distante, grosseiro no dia a dia, mas se transforma no amante perfeito à noite, alguma coisa tá fora do lugar. Não caia na armadilha de confundir tesão com intimidade.
Conexão emocional de verdade se constrói com conversa, presença, respeito. O sexo é consequência — não compensação. Se você tá aceitando migalhas emocionais por causa de orgasmos, vale repensar.
Como sair dessa?
Respira e lembra: você não está sozinha. Dá pra sair desse ciclo. Mas é preciso coragem. Respeite seu corpo, ouça seu “não”, busque apoio, converse com uma terapeuta, com uma amiga. E vai se afastando, mesmo que aos poucos. A sua liberdade vale mais que qualquer orgasmo fajuto.
Comece por pequenos passos: limites claros, distanciamento digital, autoconhecimento. Reconstrua sua identidade fora daquela relação. E se escuta: toda vez que sentir saudade, lembra do quanto doeu.
Romper com um narcisista é duro. Mas continuar presa a ele é mais ainda. Você não foi feita pra ser usada como palco. Você nasceu pra brilhar com luz própria.
Narcisismo não tem cara, nem gênero
Esse padrão pode aparecer em qualquer pessoa — homem, mulher, hétero, gay, tanto faz. O que importa é reconhecer os sinais e se proteger. Autocuidado é se afastar do que machuca, mesmo que pareça gostoso no começo.
A gente precisa parar de achar que só homem escroto é abusivo. Tem muita mulher narcisista também. Tem casal homoafetivo com essa mesma dinâmica. O ponto não é o rótulo, é o comportamento.
E não é vergonha nenhuma cair nessa armadilha. A vergonha é continuar nela depois que você entende. Então respira, levanta e escolhe você. Sempre.
Seu prazer é seu. E ninguém tem o direito de usá-lo contra você. Se você sente que o sexo virou um campo minado, confia no seu corpo. Ele dá sinais. E eu tô aqui pra te lembrar: você merece prazer, não prisão.
Não romantiza o caos. O amor de verdade não confunde, não dói e não te coloca em dúvida o tempo todo. E o sexo bom de verdade é aquele que te deixa leve, não escrava.
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