Se, nesse verão, as altas temperaturas estão só do lado de fora do seu quarto e a secura que ele provoca estão afetando diretamente “ela”, a melhor amiga de qualquer mulher bem resolvida, saiba que você não está sozinha. Estima-se que 20% das mulheres brasileiras sintam dores frequentes durante as relações sexuais, e, em muitos casos, a secura vaginal é a responsável pelos incômodos. Esse é um problema que atinge muitas de nós, em diversas fases da vida, e saber exatamente o que está desencadeando a falta de lubrificação é o “x” da questão para ter de volta uma vida sexual ativa, saudável e, acima de tudo, prazerosa.

secura vaginal

Se você está passando por essa situação, nada de desespero. Para tudo há uma ou mais soluções, e por isso, nós vamos falar exatamente sobre:

  • Como funciona a lubrificação vaginal
  • O que causa a segura vaginal
  • Como manter a vida sexual ativa diminuindo os efeitos da secura vaginal

Espero que, ao final da leitura, você possa compreender melhor como funciona o nosso corpo e que nunca mais precise fechar as pernas para esse, que é um dos melhores prazeres da vida. Vamos lá?

Como funciona a lubrificação vaginal?

“O ser humano é uma máquina perfeita”. Você já deve ter ouvido esse ditado por aí, não é mesmo? E nosso corpo realmente chega perto da perfeição, porque todos os mecanismos estão interligados, e, na hora da libido, isso não é diferente.

As mulheres contam apenas com duas glândulas responsáveis pela umidificação da vagina, que não conseguem produzir a substância em quantidade suficiente para lubrificar a região antes das relações sexuais.

lubrificação feminina

E é por isso que, quando a mulher é estimulada, os vasos sanguíneos se dilatam e o plasma do sangue atravessa a pele do canal vaginal, o que proporciona a lubrificação necessária para a penetração.

Você deve estar se perguntando o porquê a secura vaginal acontece, já que nosso corpo está preparado para oferecer a lubrificação desejada, certo? Vamos lá!

O que causa a Secura Vaginal?

Fatores fisiológicos

Se você ainda não chegou lá, aproveite os dias de glória com lubrificação para dar e vender, porque, quando ela chegar, é quase certo que a secura vaginal vai estar no combo da menopausa.

Agora, dentre os diversos sintomas que a menopausa trás, a falta de lubrificação talvez seja o que mais incomoda as mulheres – e não é à toa, já que isso afeta diretamente a vida sexual.  Mas o que acontece com o nosso corpo quando “ela” fica mais seca do que o Saara? Na menopausa, há a diminuição na produção de vários hormônios femininos, inclusive o estrogênio, o melhor amigo da lubrificação e um dos responsáveis por deixar nosso parque de diversões pronto para a “hora H”.

Outra questão fisiológica feminina que atravessa o caminho de transas memoráveis é a gravidez e o período pós-parto. Realmente, nós produzimos mais secreção vaginal durante a gestação, mas ela está longe de cumprir o papel da lubrificação sexual, e cerca de 1/3 das mulheres experienciam a secura vaginal nessa fase da vida. Mas é no pós-parto, durante a amamentação, que as coisas tendem a ficar secas, de verdade – e exatamente pela diminuição na produção de estrogênio.

manopausa

Nós também fazemos escolhas diárias que podem causar a secura vaginal: o uso de pílulas anticoncepcionais pode prejudicar a libido das mulheres, exatamente por elas inibirem a produção de estrogênio no nível ideal.

Fatores não hormonais

Saindo das questões hormonais, temos outra causa para a secura vaginal, que responde pela maior parcela de casos entre as mulheres sexualmente ativas. Ele, que rege todas as áreas da vida e que pode ser nosso melhor amigo ou pior inimigo: o fator psicológico.

Sim, amigas! O nosso psicológico tem o poder de decretar a secura generalizada! E ela acontece por diversos motivos, que, geralmente, acabam sendo considerados tabus, e, por isso são pouco trabalhados a dois. Mas como nós somos mulheres bem resolvidas, vamos deixar todo o pudor e vergonha de lado e falar sobre cada um deles!

Se você já transou com alguém e não rolou nenhuma libido, já sabe do que eu estou falando. A tal da química não é cientificamente esclarecida, mas o fato é que ela influencia – e muito – na “hora H”. O desejo sexual por alguém é explicado por razões físicas, como atração, e, também, por outros motivos subjetivos, como cheiro, pegada, etc. O fato é que, quando não rola essa sincronia entre tesão e momento, o resultado é a falta de lubrificação.

Outro ponto psicológico é a falta de interesse no parceiro – e se você nunca viveu essa situação, com certeza tem amigas próximas que, depois de um tempo, passaram a se desinteressar pelos companheiros.

mulher pensativa

Não importam os motivos, se a rotina, a mudança no amor e na forma que se enxerga o outro ou o distanciamento no relacionamento: o fato é que a perda de interesse no parceiro está diretamente ligada com a falta de apetite sexual e, consequentemente, com a secura vaginal.

E o contrário também é verdadeiro: o interesse no outro acima dos seus próprios pode, ao invés de apimentar a relação, causar uma verdadeira falta de libido. Como? É simples. Se você se condiciona às vontades do outro, fica extremamente preocupada em agradar a qualquer custo e vai para a cama para fazer uma verdadeira performance de filme pornô, apenas porque esse é o desejo do seu companheiro, pode se preparando: o tesão não vai vir, e as chances de a relação que você gostaria que fosse memorável se tornar extremamente incômoda são altas. Na cama, vale aquele velho ditado: o que um não quer, dois não fazem. Então, vamos combinar uma coisa? Não deixe de lado o seu prazer pelo o do outro. Essa é a receita infalível para o sexo quente, mas bem molhado.

Como minimizar os efeitos da secura vaginal?

Agora que já falamos sobre os principais fatores que causam a secura vaginal, que tal saber quais são as formas de minimizar os desconfortos que ela causa?

Antes de qualquer providência, se notar uma constante falta de lubrificação durante as relações, você deve marcar uma consulta com o seu ginecologista. É ele quem vai poder lhe orientar sobre as melhores opções para o seu caso, que pode ser clínico ou não.

Mas, de um modo geral, as principais formas de minimizar os efeitos da secura vaginal são a reposição hormonal, o uso de gel lubrificante e a quebra na rotina sexual.

Principalmente para quem sofre com menopausa, a reposição hormonal pode ajudar – e muito – na secura vaginal. Isso porque, com a terapia oral, são repostas as taxas hormonais, o que tende a minimizar os efeitos desse período.

Nesta fase da vida, e em qualquer outra em que estiver acontecendo a secura, a solução imediata para os seus problemas pode se encontrar na prateleira da farmácia mais próxima. O uso de géis lubrificantes é recomendado para evitar desconfortos durante as relações sexuais, mas o ideal é que você tenha uma orientação do seu ginecologista. Isso porque existem géis com diferentes tipos de base, como de silicone e água, e alguns podem lhe causar irritações na mucosa.

E nada de ter vergonha de ir à farmácia, ok? Agora, se não tiver jeito e você não conseguir se imaginar comprando um gel num balcão de farmácia, eu tenho algumas dicas que costumo dar para as mulheres mais envergonhadas – porque, afinal, vale de tudo, menos sofrer com uma verdadeira seca do agreste justamente “lá”, não é mesmo? Se preferir, faça uma compra maior na farmácia. Escolhendo outros produtos, o foco no lubrificante é esquecido. Outra possibilidade é comprar pela internet e pedir para entregar em casa: simples, prático e sem nenhuma situação que possa ser constrangedora ao seu ponto de vista.

mulher na farmácia

Aliado a todas essas formas de combater a secura vaginal está um dos fatores complementares essenciais, principalmente se você está em um relacionamento há bastante tempo ou está desanimada com o sexo: a quebra na rotina. Adotar e propor uma mudança de postura pode ser a solução para que a lubrificação natural volte a reinar “lá embaixo”: procure surpreender o seu parceiro, peça para que ele faça o mesmo e redescubram, juntos, como o sexo pode ser prazeroso, quente e muito, muito molhado.


E então, ficou com alguma dúvida ou tem outra sugestão sobre como minimizar os efeitos da secura vaginal? Escreve pra mim pelos comentários e até a próxima.

Texto de Cátia Damasceno

Cátia Damasceno é Fisioterapeuta especializada em uroginecologia, coach, palestrante e idealizadora do Programa Mulheres Bem Resolvidas.