Você já teve um escape de urina sem querer ao fazer esforço como espirrar, tossir, ou até mesmo quando a vontade de fazer xixi foi tão grande que não deu tempo de chegar ao banheiro? Isso pode dizer que você tem uma coisinha bem chata, chamada incontinência urinária feminina que afeta dramaticamente a sua qualidade de vida, comprometendo seu bem-estar físico, emocional, psicológico e social.

Neste post vamos conversar sobre os seguintes assuntos:

  • Que doença é essa?
  • Qual motivo dela ser mais comum nas mulheres? Quais são as causas?
  • Os 3 tipos de incontinência urinária
  • Quais os tratamentos?
Incontinência urinária feminina

O que é incontinência urinária feminina?

Bom, não chega a ser uma doença e sim uma condição clínica bem constrangedora. Essa condição clínica é conhecida como incontinência urinária e nada mais é do que a perda involuntária de urina pela uretra. Ou seja, você não consegue controlar o escape total ou pequeno do xixi.

A incontinência urinária feminina aumenta progressivamente, sendo mais comum nas mulheres, que tem até três vezes mais chances de sofrer essa condição.

Porque é mais comuns na mulheres?

Existem 2 principais motivos para ela ser mais comum entre as mulheres. O primeiro é que há um esforço físico causado pela gestação e o segundo é uma queda nos níveis de estrogênio depois da menopausa.

Além disso, também pode ser causada por condições médicas como prisão de ventre, estresse emocional ou por problemas físicos e alterações hormonais. Eu falo um pouco mais sobre isso nesse post sobre flacidez vaginal.

Existem 3 tipos de incontinência urinária feminina:

  • A incontinência urinária feminina de esforço inicial é a perda de urina quando a você tosse, ri, faz exercício e movimenta-se;
  • Já a incontinência urinária feminina de urgência, mais grave do que a de esforço, caracteriza-se pela vontade súbita de urinar que ocorre em meio as atividades diárias e a pessoa perde urina antes de chegar ao banheiro;
  • A incontinência urinária feminina mista é a mistura dos dois tipos de incontinência citados acima e o sintoma mais grave é a impossibilidade de controlar a perda de urina pela uretra.

Se você está achando que não é nada demais você está completamente enganada! Ela é tão constrangedora que várias pessoas evitam praticar esportes e se isolam de encontros sociais. Atos corriqueiros como tossir ou espirrar geram um certo tipo de medo de algum “acidente”.

Você pode até não se sentir à vontade em discutir sobre isso com seu parceiro e/ou médico, mas se o problema é frequente, ou está afetando a sua qualidade de vida, é importante buscar ajuda, pois a incontinência urinária feminina pode indicar uma condição subjacente mais grave, limitar suas interações sociais e aumentar o risco de quedas em idosos, uma vez que precisam correr para o banheiro. Por isso não hesite ou não tenha vergonha de procurar um tratamento!

Quais são os possíveis tratamentos para a incontinência Urinária?

Tudo vai depender de qual tipo de incontinência urinária feminina você tem, da gravidade e da causa. Talvez seja necessário uma combinação de tratamentos.

Como uma primeira opção, acho interessante tentar alternativas menos invasivas e caso as primeiras técnicas falhem, você parte para as outras opções. Mas não faça nada sem consultar o seu médico antes!!!

Os tratamentos que costumam combinar e são menos invasivos são as técnicas comportamentais e exercícios para o fortalecimento do assoalho pélvico.

1) Técnicas comportamentais

Com as técnicas comportamentais, você pode treinar sua bexiga para desacelerar a micção (emissão natural de urina por esvaziamento da bexiga) depois que você tem o desejo de fazer xixi. O objetivo é aumentar o tempo entre as idas ao banheiro.

A micção dupla também é muito interessante. Ela te ensina a esvaziar a bexiga completamente para evitar a incontinência por transbordamento. Basicamente, significa urinar, esperar alguns minutos e tentar novamente.

Controlar as idas ao banheiro é outra técnica bem legal. Por exemplo, você se programa e a cada 2h ou 4h vai ao banheiro ao invés de esperar sentir vontade.

2) Exercícios para o fortalecimento do assoalho pélvico: Ginástica Íntima

Os médicos aconselham os exercícios para fortalecer os músculos que ajudam a controlar a micção. Essas atividades são especialmente eficazes para a incontinência de esforço, mas pode também ajudar a incontinência de urgência.

O exercício mais comum para o fortalecimento da região são os exercícios de Kegel ou ginástica íntima. Ela consiste na contração e no relaxamento dos músculos do assoalho pélvico.

Eu tenho um artigo exclusivo sobre o assunto. Se você se interessou e quer saber mais, clique aqui.

O legal da ginástica íntima é que além dela melhorar problemas como o de incontinência urinária e flacidez vaginal, ela proporciona mais prazer para as mulheres e seus parceiros durante a relação sexual.

3) Outros tratamentos

Os outros tratamentos são por medicamentos, estimulação elétrica, dispositivos médicos e cirurgia.

Como eu disse, esses tratamentos são mais invasivos, então eu aconselho você tentar as técnicas e os exercícios para o fortalecimento da musculatura pélvica num primeiro momento.

Procure sempre o acompanhamento de um médico

De qualquer maneira, é importante buscar o acompanhamento e a opinião de um médico, além de desconfortável, isso pode provocar problemas mais graves, então, vamos tratar de resolver o problema o quanto antes.

Texto de Cátia Damasceno

Cátia Damasceno é Fisioterapeuta especializada em uroginecologia, coach, palestrante e idealizadora do Programa Mulheres Bem Resolvidas.