Estamos sempre ouvindo conversas sobre problemas sexuais masculinos, porém, acabamos deixando de lado as dificuldades que algumas mulheres enfrentam na hora do sexo. Você sabia que existe uma espécie de impotência sexual feminina? Uma parcela do público feminino sofre desse problema que afeta a saúde, a vida sexual e os relacionamentos. A boa notícia é que há solução para esse transtorno! Hoje eu vou explicar os tipos de disfunções sexuais e os tratamentos e dicas para superar esse problema.

impotência sexual feminina

Embora a questão das disfunções sexuais masculinas tenha sido abordada com um pouco mais de liberdade, talvez porque às vezes sejam mais óbvias, os problemas das mulheres geralmente são vistos como embaraçosos ou incomuns. Nada está mais longe da verdade: as disfunções sexuais femininas são muito mais frequentes do que se acredita. Estima-se que 43% das mulheres sofrem do transtorno de impotência sexual feminina em todo o mundo, principalmente entre 45 e 65 anos.

No texto de hoje vamos falar sobre:

  • O que é impotência sexual feminina
  • Resposta Sexual
  • Tipos de disfunções sexuais
  • Sintomas
  • Causas da Impotência Sexual Feminina
  • Diagnóstico
  • Tratamentos
  • Dicas
  • Não enfrente o problema sozinha

O que é Impotência sexual feminina ?

A disfunção sexual feminina, ou impotência sexual feminina, é uma desordem que ocorre quando há uma mudança significativa no comportamento sexual da mulher. Os pensamentos e as fantasias sexuais diminuem (ou até desaparecem) e as relações sexuais passam a ser adiadas ou evitadas. Além disso, há uma incapacidade de aproveitar o sexo e isso afeta a qualidade de vida, a autoestima e os relacionamentos. Geralmente, as quatro áreas nas quais as mulheres têm dificuldades são desejo, excitação, orgasmo e dor associada à relação sexual.

Resposta Sexual

Durante a relação sexual, a mulher passa por um ciclo de resposta sexual, que é dividido em fases. Quando ela sente dificuldade de resposta em alguns desses momentos, é um sinal de que pode estar sofrendo com algum tipo de disfunção sexual.

Fase do desejo

Fase em que os instintos são estimulados e os desejos crescem. Isso acontece por mensagens neurofisiológicas que estimulam a vontade sexual. O desejo pode ser desencadeado por estímulos internos ou externos, por exemplo, o simples fato de vermos alguém que nos atrai ou sentir o cheiro dessa pessoa. Na mulher o que é mais responsável pelo aumento do desejo sexual é o olfato e principalmente o tato.

Fase de excitação

Caracteriza-se por uma reação fisiológica ao desejo e à atração física, em que ocorrem uma série de alterações que preparam o nosso corpo para uma relação sexual. Ocorre tensão muscular, vaso-congestão da genitália, lubrificação vaginal, ligeiro aumento do clitóris, elevação do útero, expansão da vagina‏ (efeito barraca).‏

Fase orgásmica

Liberação da tensão sexual acumulada. É o momento de maior prazer da relação sexual. O orgasmo consiste na explosão de contrações rítmicas e involuntárias onde há uma frequência de aproximadamente 12 vezes a cada 0,8 segundos.

Fase de resolução

Relaxamento e regressão das alterações. O clitóris geralmente retorna a sua posição normal em cerca de 10 segundos e a vagina retorna ao seu estado prévio (não estimulado) depois de 10 a 15 minutos. Os pequenos lábios perdem sua coloração arroxeada logo após o orgasmo. Se uma mulher for submetida a novas carícias, novos estímulos, ela poderá estar em condições físicas de ter novamente um orgasmo. As disfunções sexuais femininas estão associadas à problemas relacionados a qualquer uma das fases do ciclo de resposta sexual.

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Tipos de disfunções sexuais

Embora as disfunções sexuais femininas possam ser numerosas, as mais frequentes são:

Transtorno do desejo sexual

É o transtorno que afeta o apetite sexual ou seu “desejo de ter uma atividade sexual”. Nesse caso, a mulher quase nunca ou nunca sente o desejo de ter uma experiência erótica, praticamente nunca tem fantasias ou pensamentos sexuais e eróticos. Poucas vezes (ou nunca) toma a iniciativa nas relações sexuais.

É importante notar que, nessa disfunção do desejo, estamos falando sobre o “desejo” e não a “frequência” com a qual a pessoa tem uma vida sexual. É possível que uma mulher tenha uma vida sexual frequente e não tenha desejo sexual

Transtorno de Excitação Sexual

Ocorre quando a mulher tem dificuldade em ficar excitada e se manter lubrificada durante a relação sexual. Também  é popularmente conhecido como frigidez feminina. Essa fase depende não apenas de fatores físicos, mas também mentais e é essencial para o gozo do ato sexual. Os fatores que afetam a excitação podem ser motivados por lubrificação vaginal insuficiente, ansiedade ou falta de sensação de estimulação no clitóris ou na vagina.

Transtorno de orgasmo

A experiência do orgasmo nas mulheres é muito diferente a cada vez. Porém, mesmo com a estimulação adequada, ele pode não ocorrer, o que se torna muito frustrante para o casal e cria inseguranças e sentimentos de derrota. Quando uma mulher é incapaz de atingir o clímax sexual, ela pode sofrer repetidamente de disfunção sexual feminina. Esse transtorno é semelhante ao problema da anorgasmia (quando a mulher não consegue ter orgasmos).

Transtornos de dor sexual

Essa é uma das disfunções sexuais femininas mais frequentes. Geralmente, sua natureza é orgânica e impede o orgasmo. Além disso, pode gerar medo nas mulheres em manter um relacionamento e ser uma causa de diminuição da libido. Pode se manifestar como dor, ardência ou picada. Os tipos mais comuns são:

Dispareunia – Dor vaginal durante o sexo. Isso pode ser devido a vários fatores como úlceras, infecções ou falta de lubrificação

Vaginismo – É a contração involuntária e inconsciente dos músculos que cercam a vagina antes da tentativa de penetração. É  geralmente uma resposta física a um estímulo mental.

Fobia ou aversão sexual – É a aversão ao sexo que produz angústia e um sentimento de ameaça em níveis intensos.

Sintomas

De um modo geral, a disfunção sexual feminina, ou a impotência sexual feminina, pode ter múltiplas causas e diferentes formas de apresentação, mas seus sintomas são comuns: falta de interesse em iniciar ou se envolver em atos sexuais, falta de receptividade à atividade sexual e falta de pensamentos ou fantasias sexuais .

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Causas da Impotência sexual feminina

Nenhuma causa geral pode ser estabelecida para esse problema, uma vez que a disfunção sexual feminina pode ocorrer em áreas muito específicas. No entanto, há algumas condições que podem ajudar as mulheres a perder o desejo.

  • Problemas de saúde: diabetes, doenças cardíacas, câncer, artrite, esclerose múltipla ou consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
  • Medicamentos para tratar a pressão arterial elevada, depressão, dor, contraceptivos orais.
  • Condições médicas como endometriose, cistite, problemas musculares pélvicos oudor pélvica crônica.
  • Cirurgia pélvica ou genital que causa cicatrizes, diminuição do fluxo sanguíneo ou dano no nervo na área genital.
  • Diminuição do nível de estrogênio devido à menopausa ou à insuficiência ovariana prematura (quando os ovários param de trabalhar antes dos 40 anos).
  • Diminuição do nível de testosterona, que as mulheres produzem em pequenas quantidades, e ocorre com o envelhecimento ou após a remoção dos ovários.
  • Angústia mental: estresse, ansiedade, depressão, transtornos alimentares, abuso sexual passado, medo de gravidez indesejada.
  • Relacionamento: tédio, raiva, luta de poder, abuso (físico ou emocional).
  • Crenças religiosas ou culturais sobre sexo.

Algumas mulheres podem sentir a falta de desejo em certos momentos de sua vida, por exemplo, durante a gravidez e parto, amamentação e menopausa e em períodos de crise ou doença. Isso não significa que elas sofram de impotência sexual feminina.

Diagnóstico

O médico irá fazer uma série de avaliações para detectar se a disfunção sexual feminina tem origem física ou psicológica. O especialista realizará uma revisão do histórico médico da mulher, que inclui os aspectos sexuais e sociais. Dependendo do tipo de problema, ele poderá extrair uma amostra de sangue para analisar os níveis hormonais.

Outros testes podem incluir medições de urina e pressão sanguínea, que podem revelar diabetes ou hipertensão, ambos possivelmente relacionados à disfunção sexual.

Por outro lado, o médico investigará  se você sofre de estresse ou ansiedade e mesmo se você consome algum tipo de drogas, pois todos esses fatores podem ajudar a diminuir o desejo sexual.

Tratamentos

Não existe um tratamento válido e eficaz para todas as mulheres, portanto, um bom conhecimento da natureza do problema é essencial para tratar cada mulher. As opções básicas de tratamento são as seguintes:Farmacológicas:  o médico poderá indicar a aplicação do estrogênio diretamente na vagina. Isso irá ajudar a melhorar o tônus e elasticidade da vagina, aumentando o fluxo sanguíneo da região e também a lubrificação.  Outra solução é a terapia feita com hormônios masculinos, como a testosterona, hormônio responsável pela libido também na mulher

Psicológico: a terapia pode incluir técnicas de relaxamento, uso de imagens visuais, exercícios de tipo pélvico e programas cognitivos comportamentais.

Dicas

  • Comunique-se com seu parceiro.  É importante que você diga ao seu parceiro os problemas que você possui, bem como os tipos de tratamento que você recebe. Também é útil conversar abertamente com ele sobre o que  você acredita ser a satisfação sexual.
  • Experimente diferentes posições sexuais com seu parceiro. Se sentir dor em uma delas, tente outras posições até encontrar o caminho certo.
  • Aumente o número de jogos preliminares antes de fazer sexo. Os jogos preliminares podem incluir muitas atividades diferentes, como assistir a vídeos eróticos, realizar fantasias eróticas, dar massagens sensuais.
  • Use um lubrificante. A secura vaginal, que pode ocorrer devido a uma grande quantidade de coisas, geralmente pode causar desconforto e até mesmo dor durante a relação sexual. Uma solução simples
  • poderia ser o uso de um lubrificante.
  • Use um brinquedo sexual. Se você é uma mulher que precisa de uma estimulação do clitóris para despertar ou atingir o orgasmo, um vibrador ou outro brinquedo sexual pode ser muito útil.
  • Reduza a quantidade de álcool que você consome. Muito álcool em seu corpo pode mitigar sua resposta sexual. Reduzir a quantidade que você consome pode aliviar os problemas sexuais que você sofre.
  • Deixe de fumar. Esse hábito pode restringir o fluxo sanguíneo do seu corpo, o que, por sua vez, significa que menos sangue atingirá seus órgãos sexuais. Se isso acontecer, você terá problemas para se excitar ou ter um orgasmo.
  • Faça exercícios físicos – Exercícios regulares podem aumentar sua resistência e melhorar seu humor.
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Não enfrente o problema sozinha

O  mais importante é ter uma comunicação aberta e fluida com o seu parceiro e recorrer a um especialista diante de qualquer transtorno sexual. Isso é indicado para descartar qualquer problema orgânico e orientar as terapias que ajudam a atravessar os momentos de crise. Não há nenhuma razão para esconder um problema como a impotência sexual feminina . Não deixe a timidez ou a vergonha impedirem você de desfrutar  uma sexualidade plena e completa.

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Super beijo!

Texto de Cátia Damasceno

Cátia Damasceno é Fisioterapeuta especializada em uroginecologia, coach, palestrante e idealizadora do Programa Mulheres Bem Resolvidas.